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Fumito Ueda e Hidetaka Miyazaki falam sobre passado, futuro e game design

Em evento o criador do Shadow of the Colossus fala sobre como entrou para a indústria e o do Dark Souls revela desejo de criar jogo focado na história.

5 anos atrás

Esta semana está acontecendo em Dubrovnik, Croacia, um evento voltado à indústria de games, a Reboot Develop. Nele foi realizado um painel sobre mecânicas onde dois grandes game designers falaram sobre suas carreiras e sonhos: Fumito Ueda, que contou como acabou criando jogos; e Hidetaka Miyazaki, que revelou o que gostaria de criar no futuro.

Começando pelo criador do ICO, Shadow of the Colossus e The Last Guardian, achei muito interessante ele admitir que aquilo que o atraiu nos jogos eletrônicos foi a possibilidade de ganhar dinheiro e que se as coisas tivessem acontecido como imaginava inicialmente, não deveríamos ter visto Fumito Ueda criar tantas obras de arte.

O Ueda-san nunca planejou estar envolvido com games. Ele gostava de jogar quando jovem, mas planejava estar no mundo das artes,” explicou o tradutor Ben Judd. “Quando ele se formou na faculdade, da universidade, ele disse ‘Eu não sei se isso se pagará. Não sei se este é um sonho realista para se ter, fazer arte'. Na sua mente, ele estava constantemente pensando ‘Só estarei na indústria de games por alguns anos.’

O detalhe é que foi justamente por pensar que o seu primeiro grande projeto, ICO, seria o último que o japonês resolveu arriscar no design. O mesmo aconteceu com os seguintes projetos, com Ueda fazendo experimentos e resultando nos títulos fantásticos que passaram a ser adorados por tantas pessoas.

A coisa mudou para ele há cerca de cinco anos, quando passou a aceitar que poderia ser um game designer para o resto da vida e para quem admira tanto o trabalho dele, como é o meu caso, a torcida é para que isso não signifique que Ueda deixará de continuar nos presenteando com jogos tão únicos.

Agora falando sobre Hidetaki Miyazaki, o responsável pela série Souls, Bloodborne e Sekiro: Shadows Die Twice resolveu falar sobre um desejo que vem mantendo há algum tempo, algo que o levaria para uma direção bem diferente da que estamos acostumados a ver sem seus títulos.

Citando como exemplo o Red Dead Redemption 2, Miyazaki que sempre foi conhecido por focar na jogabilidade em seus jogos disse que adoraria criar algo centrado no enredo e que por acreditar que o design de níveis pode afetar a história, faz sentido começar com a mecânica para só então incorporar o enredo a ela.

Já Ueda chegou a afirmar que “os jogo são orgânicos” e que ter que para ele ter que elaborar a história por último faz evitar que ela eventualmente precise ser reescrita, declaração com a qual Miyazaki concordou prontamente.

De certa forma esse maior foco no enredo já pôde ser visto no Sekiro: Shadows Die Twice, jogo com muito mais cenas não interativas e diálogos do que tínhamos os jogos anteriores de Miyazaki, mas posso lhes falar uma coisa? Por mais que eu adore jogos com ótimas histórias, se isso de alguma forma acabar comprometendo as ótimas jogabilidades que esse game designer consegue entregar com suas criações, prefiro que ele continue apostando no que tem dado certo.

Fonte: VG247 [1 e 2].

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