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Controle 8BitDo M30 - Review

Com muita qualidade e o melhor direcional do mercado, o 8BitDo M30 é um controle para quem gosta daqueles criados para o Mega Drive e SEGA Saturn.

5 anos atrás

Durante muitos anos a SEGA cometeu uma série de erros que culminaram na saída da empresa do mercado de hardware. Mas entre os acertos que a empresa conseguiou, certamente precisamos colocar os controles dos seus consoles. Tirando talvez aquele feito para o Master System, que era muito desconfortável, todos os outros eram muito bons e foi pensando em parte desta história que a 8BitDo resolveu investir.

Bastante conhecida entre os amantes de jogos antigos, essa empresa tem se consolidado como uma das melhores fabricantes de controles do planeta, muito pelas suas recriações dos gamepads do NES e do Super NES. Chegava a hora então deles se aventurarem pela Casa do Sonic e acredito que eles não poderiam ter acertado mais ao criar o M30.

Embora tal controle costume ser associado a aquele de seis botões que foi lançado em 1993 para o Mega Drive, talvez o mais correto seria compará-lo ao do SEGA Saturn, o que de forma alguma pode ser considerado um demérito. Mas independentemente de qual tenha sido a sua fonte de inspiração, no M30 encontraremos os mesmo seis botões situados na face e que marcaram tanto os controles do Mega Drive (neste caso o segundo modelo) quanto do Saturn.

Assim como tínhamos nos antigos periféricos, os botões da linha inferior (A, B e C) são maiores e côncavos, enquanto os da linha superior (X, Y e Z) são menores e convexos. Isso nos ajuda a diferenciá-los mesmo sem precisar olhar para o controle, fazendo com que nos habituarmos a ele seja algo rápido e bastante intuitivo. Além desses botões ainda temos o L e o R localizados nos ombros.

O M30 traz também um botão Start localizado no centro e logo abaixo deles temos o Estrela, que no caso do Nintendo Switch serve como o Capture; o sinal de Menos, que faz o papel do Select; e o Coração, que no híbrido da Nintendo funcionará como Home. Um ponto negativo no entanto é que além de não contar com alavancas analógicas, o M30 infelizmente não possui suporte a vibração.

Por fim, não há como deixar de elogiar o direcional do M30. Funcionando muito melhor do que aquilo que temos nos controles oficiais dos videogames atuais, é difícil tentar encontrar uma explicação para o fato de uma empresa bem menor conseguir produzir um direcional tão fantástico, enquanto gigantes como Sony, Microsoft ou Nintendo não chegam nem perto disso. Respondendo muito bem e sem machucar o dedo, realizar comandos que exigem precisão (como em jogos de luta) no M30 nunca é um martírio, sendo muito parecido com o que tínhamos no Mega Drive e para alguns, ficando atrás apenas da experiência proporcionada por uma boa alavanca de arcade.

É preciso dizer também que no M30 todos os botões são firmes, respondendo bem aos cliques e aparentando um produto topo de linha, assim como o controle como um todo. Sendo bastante leve e feito com um plástico de qualidade, a sensação é de estarmos segurando um controle oficial, não uma daquelas cópias vagabundas feitas na China.

O problema dos seis botões

Eu sempre acreditei que um controle com seis botões na face é ideal para jogos de luta, no caso de um título como um Street Fighter tornando a experiência de jogo muito mais precisa e parecida com aquilo que temos no fliperama. Porém, o padrão de quatro botões (A, B, X, e Y ou ■, ▲, ● e X) acabou sendo adotado pela indústria e isso pode fazer com que usar o M30 hoje em dia seja um pouco chato.

Peguemos como exemplo o Raspberry Pi. Embora o controle da 8BitDo funcione muito bem com o RetroPie, configurá-lo não é tão simples quanto seria no controle da empresa que imita aquele do Super NES. Isso acontece porque toda a interface do programa foi pensada no padrão de quatro botões e assim teremos que fazer com que o B, A, Y e X funcionem invertidos no A, B, X e Y do M30. Já o C e o Z deste controle assumirão o papel do L2 e R2 de um hipotético DualShock, pois ainda teremos que manter o L e o R nos ombros.

Parece confuso? Pois é mesmo e nem sei quanto tempo perdi tentando entender como fazer para todos os botões funcionarem corretamente no M30. No caso do RetroPie felizmente é possível configurar o controle como desejarmos, mas se a sua intenção for usar o acessório no Switch, saiba que isso não será possível. Aliás, como no híbrido o direcional digital funcionará nativamente como o analógico esquerdo, alguns jogos nem poderão ser aproveitados.

Para resolver isso, aqueles que possuem um Nintendo Switch poderão fazer com que o direcional assuma o papel dos analógicos direito ou esquerdo, bastando apertar as seguintes combinações de botões: Select + direcional esquerda para o analógico esquerdo; Select + direcional direita para o analógico direito; ou Select + direcional cima para voltar ao direcional digital. No entanto, evidentemente só podemos usar uma opção por vez e o controle ainda nos permite inverter as posições do botões A e B, X e Y, o que pode ser feito ao segurarmos Select + direcional para baixo.

Compatibilidade e conexões

Embora venha com um cabo USB-C e até possa ser conectado desta maneira, o M30 é um controle com suporte a Bluetooth e por isso ele poderá ser utilizado numa grande quantidade de aparelhos. O que definirá a sua compatibilidade será a maneira como o ligarmos, já que dependendo da combinação de botões ele poderá funcionar como XInput (PC), DirectInput (Android) ou ainda como Mac mode ou Switch mode.

Decorar qual a combinação necessária para cada modo (Start+A, Start+B, etc) pode ser um inconveniente, o que me faz acreditar que a 8BitDo poderia ter deixado tal informação na parte de trás do controle. O curioso é que isso existe nos outros produtos fabricados por eles e sabe-se lá porque a inclusão de uma etiqueta não foi repetido aqui.

Quanto as conexões, infelizmente não é possível utilizar o M30 com o PlayStation 4 ou o Xbox One, ao menos não sem a utilização de adaptadores vendidos por terceiros (como eu queria poder aproveitar o meu Street Fighter: 30th Anniversary Collection com esse controle). Isso é uma pena, pois como os controles para esses consoles estão longe de serem bons para jogos de luta, o produto da 8BitDo poderia ser uma ótima alternativa para quem gosta do gênero e costuma jogar nestes consoles.

Um controle para os fãs da SEGA

Embora possa ser aproveitado sem muito problema em jogos para os antigos consoles da Nintendo, não há como negar que o 30M foi pensando para quem gosta da SEGA, mais precisamente do Mega Drive. Encarar um Comix Zone, um Urban Strike, um Super Street Fighter II ou um Streets of Rage 3 — títulos estes originalmente compatíveis com o gamepad de seis botões — usando um desses controles torna toda a jogatina muito melhor.

Mesmo com a sua utilização sendo um tanto limitada, já que jogos mais modernos que exigem direcionais analógicos não poderão ser aproveitados e com os consoles atuais de Sony e Microsoft não sendo compatíveis, a sensação que tive ao utilizar o M30 foi de um sonho realizado: ter acesso a um controle que aproveitava as qualidades do que tínhamos nos excelentes periféricos criados para o Mega Drive e SEGA Saturn, mas trazendo algumas melhorias e ainda podendo ser utilizado sem fio.

O grande problema para nós brasileiros é que, apesar de o M30 ser vendido lá fora por acessíveis US$ 29,99, encontrá-lo por aqui com um bom preço é uma tarefa quase impossível e o pior é que isso nem chega a surpreender.

PS: se você quiser utilizar o M30 em um Mega Drive, saiba que a 8BitDo possui um receptor que torna isso possível. Vendido por US$ 19,99, ele ainda lhe permitirá usar no antigo console da SEGA os controles do Wii U, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox One, Switch (Pro e Joy-Cons), Wiimote e vários outros da própria fabricante.

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