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Darq, o jogo que disse não à exclusividade da Epic Store

Poucos dias após anunciar o jogo para o Steam, criador do Darq recebe proposta para ser exclusivo da Epic Games Store e explica porque resolveu recusar.

4 anos e meio atrás

Nos últimos meses vimos os mais diversos estúdios cederem as tentações da Epic Games Store: uma parcela mais generosa dos lucros, maior visibilidade e até a garantia de uma quantia em dinheiro independentemente de quanto o jogo vender. Porém, nada disso parece ter sido o suficiente para conquistar o criador de um jogo chamado Darq.

Darq

A frente do estúdio Unfold Games, que por sinal é composto apenas por ele, Wlad Marhulets publicou um texto no Medium onde explicou porque decidiu recusar uma proposta da loja da Epic Games para ter a sua criação sendo vendida apenas por lá.

Em 30 de julho recebi o contato da Epic Store, me propondo a entrar em um acordo de exclusividade com eles ao invés de lançar o Darq no Steam. Eles deixaram claro que lançar o Darq sem exclusividade não era uma opção. Eu rejeitei a oferta deles antes mesmo que tivessem a chance de falar sobre dinheiro.

Eu gosto de dinheiro e ter um pagamento adiantado além da receita garantida parece ótimo. Mas mesmo sendo um desenvolvedor de primeira viagem, estou levando a sério trabalhar nesta indústria por muito tempo. Eu tinha acabado de anunciar a data de lançamento do Darq no Steam — retirá-lo do Steam poucos dias após ter feito o anúncio da data de lançamento poderia arruinar a credibilidade do meu estúdio. 

Marhulets segue então dizendo que gostaria que as pessoas soubessem que a sua palavra vale alguma coisa e especulou se ter recusado a proposta da Epic pode ter sido uma idiotice a curto prazo, dada a quantidade de dinheiro que estaria envolvida. Porém, a longo prazo ele acredita ter feito a coisa certa.

Ainda de acordo com o desenvolvedor, no fim das contas a sua maior motivação foi dar aos consumidores a maior quantidade possível de opções e que adoraria se a Epic Games Store permitisse que os indies pelos quais o serviço se interessa também fossem vendidos em outros lugares, assim como acontecerá com o Cyberpunk 2077. Ele ainda tratou de deixar claro que a sua decisão foi pessoal e que para outros estúdios pode fazer sentido disponibilizar suas criações apenas na loja da Epic.

Vale citar que no caso do Darq, esse interesse por parte da Epic Store não foi por acaso, afinal o jogo de terror está entre os 50 mais desejados do Steam e garantir a exclusividade de um título assim poderia ser mais um duro golpe na loja da Valve.

Do ponto de vista do consumidor, Wlad Marhulets e o seu Darq provavelmente serão reverenciados incondicionalmente, sendo um dos poucos que ousaram não vender suas almas à Epic Games Store. Mas se pensarmos nos estúdios que cederam, será que eles realmente merecem ser criticados?

A verdade é que é muito fácil fazer conta com o dinheiro dos outros e se algum desenvolvedor independente chegou à conclusão de que o melhor seria garantir uma grana neste início e depois tentar conquistar outras pessoas em outra loja, que arquem com as possíveis consequências depois.

Até mesmo a Epic Games Store, sempre pintada como vilã nessas histórias, não consigo ver como tão errada. Ora, quem manda são eles e se a regra é que para ter um jogo por lá, precisa ser exclusivo, que aceite quem quiser. Eu gosto dessa política? É claro que não, mas se esta é a estratégia que eles consideram capaz de desafiar o Steam, que também estejam preparados para lidar com eventuais efeitos colaterais no futuro.

Da minha parte, continuarei por aqui protestando com a minha carteira.

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