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Powerbeats Pro é AirPods com esteroides da Beats [review]

O fone de ouvido é o primeiro completamente sem fios da Beats, vem com alma de AirPods e promete ótimo áudio

4 anos e meio atrás

Durante as últimas semanas eu andei pela cidade de São Paulo com o Powerbeats Pro, que é a versão da Beats para os AirPods. Ele é o primeiro fone de ouvido da marca que não utiliza fios em momento algum, tem um corpo confortável, botões físicos do lado de fora e uma caixinha digna de espanto pelo tamanho.

powerbeats pro hero 1

Por dentro há o mesmo chip Apple H1, que também está nos AirPods e este fone da Beats tem a mesma sincronia mágica com o iOS que oferecem os fones da própria Apple. Ele também tem preço alto e me segue nos próximos parágrafos que eu te conto se vale a pena levar este fone, principalmente se você for um atleta, ou se é melhor ficar com os AirPods - ou um concorrente.

Primeiro contato

Se tem uma coisa que fones da Beats fazem bem, é a apresentação. Todos os modelos que tive (foram poucos) entregam uma caixa que chama atenção, que é sóbria e oferece tudo que você precisa logo de cara.

powerbeats pro caixa

Não é diferente no Powerbeats Pro, que deixa o case com os fones por cima, pra depois mostrar o adesivo que você utiliza pra exibir seu nível de fanboyolice. Além disso, o fone vem com um cabo Lightning preto (ao menos é a cor que veio no modelo que recebi) e borrachas extras e em tamanhos diferentes.

Agora, o estojo. Ele segura os fones e é grande por uma questão muito simples: os Powerbeats Pro são grandes, muito maiores do que os AirPods e ainda maiores do que os Galaxy Buds, da Samsung.

powerbeats pro estojo comparativo

Estojo dos AirPods ao lado do Powerbeats Pro

Este é um dilema, já que a enorme caixa não entra fácil em bolso da calça, mas se fosse menor não permitiria a alça de apoio do próprio fone. Complicado!

powerbeats pro estojo na mao

Neste case a bateria garante pouco mais de duas recargas completas do fone de ouvido. Ele tem encaixes complicados, mas que recebem ajuda de imãs. Eu passei um perrengue nas primeiras vezes que utilizei os fones, pois o imã tinha alinhado o conector com o carregamento e eu jurava que tudo estava lindo e maravilhoso.

Eis que eu fui tirar o fone do estojo alguns dias depois e um dos lados estava desligado, morto. Realinhei o fone novamente e abri a caixinha segundos depois, pra então descobrir que o imã não alinhou corretamente no passado e um dos lados simplesmente não recarregou a bateria.

Estojo com imãs

Ao menos isso aconteceu uma só vez, mas agora toda vez que guardo os fones, eu aperto bem pra ter certeza de que as baterias estão descansando com tranquilidade.

Fones não caem nem se você se esforçar

Se por um lado a alça de borracha faz o estojo ser enorme, por outro ela garante que nada, absolutamente nada faça o Powerbeats Pro cair do seu ouvido. Eu caminhei com eles pra todo lado, corri (sim, gordo corre quando percebe promoção de burger) e tudo ficou firme. Ele fica tão fixo na orelha, que o fone intra-auricular não entra completamente.

powerbeats pro no ouvido

É estranho e me incomoda ao ponto de que mesmo colocando a borracha mais larga do kit, ele ainda não estava completamente preso no canal auditivo. Isso é bom pra evitar problemas de audição no futuro, junto com não te isolar completamente do mundo - é bom ouvir uma buzina ou alguém te chamando, sabe?

powerbeats pro dentro do ouvido

Som toca tipo Beats, com menos graves

Os fones da Beats utilizam equalização que colocam os graves em evidência, em alguns momentos forçando a amizade pra quem quer mais detalhes em outras frequências. No Powerbeats Pro é diferente, mas ainda com reforço em graves. Ele bate forte, mas fica longe de esquecer dos médios e agudos.

Fica na medida certa pra quem prefere um pouco mais de porrada no ouvido, mas ainda assim quer escutar a letra da música com clareza. Pro meu gosto encaixou como uma luva, mas pode ser um ponto negativo para um número considerável de pessoas que já esperam aquela pegada mais pesada.

powerbeats pro hero

Comparando com os AirPods, a qualidade é consideravelmente superior em todos os pontos. Seja pela música que toca, ou pelo isolamento passivo que é feito pelo formato do fone - que nos AirPods apenas repousam na orelha, neste eles entram no ouvido.

Muita bateria

Outra diferença na comparação com os AirPods é a bateria. O Powerbeats Pro entrega até nove horas de autonomia, muito mais do que os fones da Apple. Eu tenho quase que certeza absoluta de que o número mais generoso nasceu do espaço maior que o fone oferece do lado de dentro.

Nos meus testes eu não cheguei a zerar a bateria, até por conta de recursos de economia que existem por aqui como desligar o fone depois de um tempo sem nenhuma reprodução, além do sensor que detecta quando você tira qualquer lado do ouvido e ele pausa a música automaticamente - isso funcionou até com podcasts ou vídeos do YouTube. Isso é muito bom.

Carregador

Estojo é carregado com um cabo Lightning, sem carregamento wireless

O que consegui foi gastar mais ou menos 45% da carga em quatro horas de música, com alguns minutos de podcast no meio disso. Dá pra acreditar fácil na proximidade das nove horas prometidas, com mais duas cargas completas (e um chorinho extra) com o estojo. Falando nele, cinco minutos garantem uma hora e meia de música ou quinze minutos (o tempo de um banho) para quatro horas e meia de música.

Isso é realmente rápido, mas a recarga completa da bateria dele levou mais de duas horas - coisa de duas horas e trinta minutos. A recarga que falo é do estojo com os fones nele, que levam 90 minutos para uma carga completa

Firulas interessantes

Falei que o Powerbeats Pro vem com o chip H1 da Apple, certo? Isso significa algumas coisas apenas se você tem um iPhone por perto. A primeira e mais interessante é que a conexão leva pouquíssimo tempo, mesmo com a primeira configuração e é coisa de dois segundos no máximo. Você abre o estojo, uma tela aparece no iOS, você toca em “Conectar” e pronto, é seu.

powerbeats pro interface

A conexão fica salva na conta do iCloud, então você pode começar o dia escutando alguma coisa no iPhone, passa pro Macbook e escuta as notícias, pra depois curtir um podcast no iPad. Tudo funciona com apenas um pareamento inicial, é tão bom que eu me pergunto o que impede outras fabricantes de criarem algo do tipo para outras plataformas. Por fim, a latência é baixa até mesmo pra assistir um vídeo.

Outro detalhe é que ambos os lados podem funcionar sem o outro (geralmente fones deste tipo exigem que para funcionar sozinho, o direito precisa ser o solitário), além de controles físicos no lugar de área sensível ao toque. Este último detalhe é importante quando o suor chegar no fone, que atrapalharia comandos se eles fossem acionados por sensores.

E ai, vale a pena?

Olha, neste final de review eu esbarro no preço e ele machuca. Se você não tem o orçamento na atenção e tem um iPhone, vale a pena e este é, pra mim, o melhor fone de ouvido que a Beats já fez. Ele tem resistência pra poder tomar chuva ou sobreviver ao suor de um exercício, não sai da orelha nem se você se esforçar pra isso e a bateria de nove horas é muito maior do que qualquer outro fone true wireless do mercado.

Fone na mão

No lado negativo fica o tamanho do estojo, a falta de carregamento wireless nele e o preço. No Brasil o Powerbeats Pro custa R$ 2.149 e isso é caro até para padrões da Apple, já que a Beats é dela. Os AirPods, por exemplo, custam R$ 1.679 e entregam a mesma experiência, só que com qualidade inferior de áudio, nenhum isolamento e menos bateria.

Na concorrência tem o WF-1000XM3, que não tem o apelo de exercícios do Powerbeats Pro, mas oferece bateria quase tão longa quanto e isolamento ativo de ruído, com preço de R$ 1,3 mil. Por fim tem o Galaxy Buds, que é o mais barato da lista (R$ 900) e tem menor qualidade de áudio, menos bateria, não fica tão firme no ouvido, só que conversa melhor com Android - ainda melhor se você tem um Samsung.

No final das contas o Powerbeats Pro é um fone incrível, que ainda precisa de uns ajustes pequenos.

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