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O Irlandês: featurettes e declarações de Martin Scorsese

Assista a três featurettes sobre O Irlandês e confira algumas declarações de Martin Scorsese sobre cinema comercial e o uso da tecnologia em seu filme

4 anos atrás

falei bastante sobre O Irlandês aqui antes de sua estreia, e ainda vamos fazer uma resenha com calma sobre o filme, mas resolvi escrever este post para mostrar os ótimos featurettes que estão sendo divulgados ao longo da última semana (o último saiu algumas horas atrás), e para falar sobre as declarações de Scorsese, que eu sei que vocês adoram, especialmente quando ele fala da Marvel. 😉

Cena de O Irlandês

As declarações foram feitas ao Los Angeles Times, em um papo sobre o lançamento do seu filme O Irlandês (The Irishman), que foi adicionado ao catálogo da Netflix ontem (27/11). Como tem sido seu costume, o diretor Martin Scorsese soltou várias frases de impacto.

Scorsese colocou o dedo na ferida e falou novamente sobre a questão do cinema comercial como os filmes da Marvel, que ele acredita que são mais parques de diversões do que cinema propriamente dito. Não concordo com o mestre nessa, pois acho que existem sim filmes de super-heróis que são verdadeiras obras de arte (embora estejam longe de ser a maioria), mas é sempre interessante ouvir os argumentos de Scorsese, e eu sinceramente entendo o ponto dele.

Citando Alfred Hitchcock, que tinha o dom não só da direção de cinema, mas também da promoção e do marketing dos seus filmes, ele lembra que o principal era que os seus personagens eram sempre completos:

"Hitchcock tocava sua audiência como se fossem instrumentos de uma orquestra. Os Pássaros. Pacto Sinistro. A questão é, com os filmes de Hitchcock, você pode voltar 10, 20 anos depois e eles continuarão sendo ricos. Alguns mais do que outros. Janela Indiscreta, por exemplo, está melhor do que Ladrão de Casaca. Psicose permanece. O interessante sobre Psicose é que suas cenas de assassinato, com toda aquela edição incrível, ainda se sustenta. Mas isso não é o mais interessante. Todos os diálogos, todos os ângulos, o uso da música, a expressão no rosto dos atores, o enquadramento. Isso tem uma ressonância. É sobre pessoas."

Cena de The Irishman

Ao falar sobre o caríssimo uso da tecnologia para tornar os atores mais jovens em O Irlandês, que justifica grande parte do orçamento de US$ 160 milhões do filme, Martin Scorsese diz que a tecnologia deve servir ao nosso desejo de contar e ouvir histórias sobre quem nós somos. Nas suas palavras ao Los Angeles Times: "você não pode parar o impulso criativo dos jovens que querem contar histórias, seja escrevendo, pintando, fazendo música ou teatro. Eles vão fazer isso, e eu penso que a reação é tirar todas essas camadas e voltar ao ser humano. O contador de histórias."

Cena de O Irlandês

O Irlandês é uma grande aposta da Netflix, assim como Roma, que deu a Alfonso Cuarón três Oscars (melhor diretor, melhor fotografia e melhor filme estrangeiro), e que quase venceu o Oscar de melhor filme, algo que eles adorariam corrigir este ano com o longa de Scorsese.

Não deixe de assistir abaixo aos featurettes sobre Frank Sheeran, o irlandês matador do título, e Jimmy Hoffa, o lendário personagem vivido por Al Pacino.

Assista também ao featurette sobre as atuações de The Irishman, com destaque para De Niro, Pacino e Joe Pesci, que devem estar entre as indicações ao Oscar do ano que vem.

Curioso sobre O Irlandês? Você pode assistir ao filme agora mesmo na Netflix.

Martin Scorsese, diretor de O Irlandês

O próximo projeto de Martin Scorsese depois de O Irlandês já foi escolhido, será um documentário sobre a cena musical de Nova York nos anos 70, sobre o qual falei aqui neste post

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