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Foxconn é proibida de retomar produção de iPhones pelo governo chinês

Fábricas da Foxconn que produzem o iPhone fecharam devido surto de coronavírus; governo chinês promete aplicar pena de morte em caso de desobediência

4 anos atrás

A Foxconn, uma das principais parceiras na Apple no que diz respeito à produção de iPhones teve a produção do gadget paralisada desde antes das festividades do Ano Novo Lunar, que começou no dia 25 de janeiro. O governo da China, temendo que o coronavírus se espalhe ainda mais, impôs a interrupção dos trabalhos e estendeu o período do feriado, para conter a propagação do vírus.

O trabalho deveria ser retomado nesta segunda-feira (10), mas Pequim proibiu a Foxconn de reabrir as fábricas, sob ameaça de pena de morte em caso de desobediência.

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A medida cautelar afeta diversas manufaturas instaladas no país, entre elas a unidade da Foxconn localizada em Shenzhen, responsável por uma parcela dos iPhones comercializados globalmente. No fim de janeiro, a empresa havia declarado que o feriado estendido por ordem de Pequim não afetaria a produção do gadget, e que suas operações estariam em ritmo adequado com as determinações do governo.

Só que não é bem assim. Tanto a unidade de Shenzhen (que fica próxima à cidade de Hong Kong), quanto a continental de Zhengzhou, responsável por 50% de todos os iPhones comercializados no planeta (a fábrica é conhecida como "iPhone City") não voltaram ao trabalho nesta segunda (10) como era o programado, por ordem do governo. Inspetores de saúde teriam sido despachados para Shenzen e muito provavelmente para outras fábricas também, como forma de garantir que as linhas de montagem permaneçam fechadas.

O quão séria Pequim está sendo para evitar que o coronavírus circule mais? Mortalmente séria, eu diria: segundo um memorando vazado pelo site Nikkei, com instruções do governo aos responsáveis da Foxconn, "aqueles que violarem o programa de controle e prevenção epidêmica poderão ser condenados à pena de morte". Além de iPhones, as duas fábricas são responsáveis pela maior parte dos AirPods fabricados.

Segundo fontes internas, inspetores de saúde do governo concluíram que as unidades da Foxconn "representam um sério risco" no que tange à propagação do coronavírus, e dessa forma, a empresa está proibida de retomar as atividades na produção de eletrônicos.

Fábrica da Foxconn em Shenzhen

O governo chinês não forneceu detalhes a respeito de quando a produção de iPhones e outros gadgets voltara ao normal. Tudo o que se sabe é que as fábricas, mesmo ficando bem longe de Wuhan permanecerão fechadas até segunda ordem, e a manufatura dos gadgets segue interrompida, o que inevitavelmente afetará a disponibilidade do celular da Apple, mais cedo ou mais tarde, em todo o mundo.

A maçã sabe que a situação na China por causa do coronavírus é grave: embora não comente as consequências na cadeia de suprimentos, as viagens de executivos ao país foram restritas, bem como suas lojas e escritórios foram fechados.

Embora a produção de iPhones e de outros eletrônicos esteja paralisada (a Foxconn possui outros clientes, tais como Google, Amazon, Intel, HP, Huawei, Cisco, Acer, Dell, Nintendo, Sony, Microsoft, Xiaomi, Motorola, Toshiba e etc.), com exceção da fábrica de Shenzhen (e provavelmente a de Zhengzhou também), outras unidades serão adaptadas para a confecção de máscaras a serem usadas na prevenção do coronavírus.

Segundo informes, a meta é produzir 2 milhões de unidades até o fim de fevereiro, e embora a Foxconn afirme que inicialmente elas serão repassadas aos funcionários, o número indica que há planos para comercializa-las provavelmente na China e em outros países.

Com informações: Nikkei Asian Review, BloombergThe Verge

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