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Motorola Moto G8 Play: um celular básico com extras — Review

Moto G8 Play continua sendo o celular de entrada da Motorola, mas recebeu diversos incrementos, como mais câmeras e tela melhorada

4 anos atrás

O Moto G8 Play é o atual celular de entrada da Motorola, lançado menos de um ano depois do Moto G7 Play. Embora tenha chegado rápido, ele trouxe incrementos como uma tela maior, três câmeras na traseira e uma bateria maior.

Motorola Moto G8 Play

O celular de entrada da Motorola ainda é uma boa opção? Eu testei o Moto G8 Play por algumas semanas e conto o que achei dele a seguir.

Design

A Motorola deu um tremendo tapa no visual da série Moto G8, e com o G8 Play não foi exceção. O calombo gigante das câmeras traseiras deu adeus, dando lugar a uma disposição na lateral esquerda em forma de pílula (com a principal separada), adotado a tempos por diversas fabricantes.

O leitor de impressões digitais, com o logo da Motorola foi posicionado mais para cima por causa disso e, no geral, o aparelho está mais fino e cabe direitinho dentro do case de silicone que acompanha o kit, sem deixar protuberâncias para fora.

Motorola Moto G8 Play

O uso da capinha, aliás, é obrigatória: o corpo do G8 Play é robusto, mas a traseira traz um plástico glossy que é um convite a marcas de dedos e principalmente riscos. Assim, proteja o aparelho para não acabar com uma traseira raspada em parede de chapisco com o tempo.

Tela e som

O display é um LCD IPS de 6,2 polegadas, 0,5" maior do que a presente no G7 Play, o que deixou o G8 Play consideravelmente maior. As bordas são comportadas pero no mucho, já que a Motorola insiste em implementar o "queixinho" na parte inferior, mesmo tendo deixado de lado colocar o nome da empresa ali.

A resolução continua sendo HD+, a empresa não abre mão de oferecer 1080p apenas do Moto G8 Power em diante. Por mais que ela seja modesta, você só vai ver pixels individuais se forçar a visão e convenhamos, ninguém faz isso o tempo todo.

Motorola Moto G8 Play

A qualidade de cores e o brilho intenso oferecem uma qualidade de imagem muito boa, como esperado de qualquer LCD que se preze. A alteração dos tons dependendo do ângulo de visão é um revés esperado, culpa do tipo de tela e, nesse aspecto, só sendo um display OLED ou AMOLED para contornar. No geral, você não vai passar raiva vendo vídeos do YouTube no G8 Play.

Já o som usa uma decisão de design curiosa: há duas saídas, sendo uma na borda superior, dedicada exclusivamente a chamadas, enquanto a inferior, compatível com Dolby Audio, é responsável por todo o resto. Na minha opinião, seria interessante se ambos fossem usados em conjunto para criar um efeito estéreo, mas a performance como um todo não é ruim.

Como de praxe, use fones de ouvido com ou sem fio (a porta P2 permanece) para uma melhor performance.

Software

O Android 9.0 Pie é o sistema de escolha da Motorola para o Moto G8 Play, que tem uma atualização de sistema garantida para o Android 10 e tão somente. Na parte de correções de segurança, os patches periódicos serão entregues por dois anos.

O software conta com as customizações tradicionais da fabricante, como o Moto Ações, que oferece gestos de comando (sacudir para ligar a lanterna, girar o pulso duas vezes para acionar a câmera, etc.), mas é pouco polido e comete erros bobos. Por exemplo, o "Modo noturno" da Área de Notificações é o esmaecimento amarelado, o que pode levar as pessoas a confundi-lo com o Modo Escuro, disponível em "Configurações", "Tela", "Tema do dispositivo".

Motorola Moto G8 Play

A identidade visual do sistema segue inalterada, com ícones redondos e recursos já clássicos, como desbloqueio com reconhecimento facial e as notificações simplificadas com a tela bloqueada, logo, usuários cativos da marca continuarão se sentindo em casa.

Hardware, desempenho e bateria

Todo mundo torce o nariz quando ouve a palavra "MediaTek", mas acredite no que eu digo: pela primeira vez em muito tempo, temos um celular que usa um chip da empresa que não apresenta problemas de performance ou de autonomia. Ou ambos.

O chip escolhido é o Helio P70M, um octa-core com clock de até 2,1 GHz, que entregou boa performance em todos os aplicativos testados, desde redes sociais e editores de texto, entre outros. Assim, o aparelho oferece uma experiência de uso constante e satisfatória.

Na parte de jogos, a performance é como esperado: devoradores de recursos como Asphalt 9: LegendsDissidia Final Fantasy: Opera OmniaPokémon GO e Azur Lane, entre outros, apresentaram leves atrasos (lag). Caso o jogo permita, convém ajustá-lo para gráficos intermediários.

Motorola Moto G8 Play

Nem tudo são flores, infelizmente. Por contar com apenas 2 GB de memória RAM, o Moto G8 Play mais de uma vez parou, pensou e olhou para o dia que já vem, quando tentei navegar de uma aplicação para o menu, demorando para carregar os apps na tela. Não foram notados maiores problemas com o multitarefa, ele não chega a matar processos, mas a Motorola bem que podia não economizar tanto assim.

O mesmo vale para o espaço interno de apenas 32 GB, que em 2020, com apps cada vez maiores, não dá para quase nada. Assim, é quase obrigatório usar um cartão microSD para armazenar fotos e arquivos, mas com o velho revés da bandeja híbrida: ou você usa dois chips SIM simultaneamente, ou apenas um e o cartão.

Já a bateria de 4.000 mAh (contra a de 3.000 mAh do Moto G7 Play) surpreendeu, mesmo com o histórico de chips MediaTek comilões. Combinado a um processador comportado e uma tela apenas HD+, o Moto G8 Plus é capaz de aguentar pouco mais de um dia longe da tomada, em uso básico a moderado.

Em meus testes, eu o tirei da tomada às 8:00 e assisti duas horas de Netflix, ouvi duas horas de streaming de música via Deezer, joguei 3 partidas de 20 minutos em Asphalt 9: Legends, Pokémon GO e Azur Lane (1 hora de jogos ao todo), naveguei e usei redes sociais por duas horas, sempre com brilho no máximo, som via alto-falante ou Bluetooth com caixas externas, no 4G ou Wi-Fi.

Às 21:00, a bateria ainda estava em surpreendentes 68%, uma marca excelente. Na hora da recarga, o carregador de 10 W vai de 0 a 70% em cerca de 85 minutos, o que não é tão ruim.

Câmeras

Já falamos do design mais comportado das câmeras, agora falemos do que elas são capazes. Temos uma Wide de 13 megapixels e abertura f/2,0, uma Ultrawide de 8 MP e f/2,2 e um sensor de profundidade de também 2 MP e f/2,2.

Antigamente, a linha Moto G Play só oferecia uma câmera traseira e, por mais que os sensores do G8 Play sejam simples, é sempre bom ter opções.

Motorola Moto G8 Play

Tirando velhos cacoetes das câmeras da Motorola, que teimam em ser mais escuras do que o normal, você não terá problemas em tirar fotos com condições ideais de iluminação, ao ar livre em dias claros. A resolução final é satisfatória, embora seja possível notar perda de detalhes nas bordas.

Curiosamente, a câmera Ultrawide, que possui uma lente Grande Angular de 117º oferece uma iluminação um pouco melhor do que a wide, mas a máxima permanece: quanto mais luz, melhor o resultado.

Para fotos internas ou com pouca iluminação, o ruído aumenta bastante e nas fotos noturnas, a definição e detalhes vão para a cucuia, como era de se esperar.

Motorola Moto G8 Play

Wide com HDR

Motorola Moto G8 Play

Wide sem HDR

Motorola Moto G8 Play

Ultrawide

O Modo Retrato, por sua vez funciona bem. Ele geralmente acerta na hora de selecionar os elementos a destacar e desfocar, mas é preciso ter um pouquinho de paciência, isso porque o foco demora para ser ajustado. A ausência de um estabilizador óptico de imagem também deve ser levada em conta, logo, mantenha a mão firme na hora do clique.

Fora isso, os resultados são muito bons, principalmente por causa do sensor de profundidade dedicado.

Motorola Moto G8 Play

A câmera selfie, com 8 megapixels e abertura f/2,2 é auxiliada por um software de correção e embelezamento, logo a qualidade da captura depende fortemente da iluminação. Você terá melhores resultados sob luz natural em dias claros, enquanto que em ambientes internos, o pós-processamento é de mão pesada.

No geral, as cores ficam bem vivas e a definição continua dentro do esperado para um celular de entrada.

Motorola Moto G8 Play

Conclusão

O linha Moto G Play é o velho "pobre, porém limpinho": seus aparelhos nunca foram brilhantes, mas entregavam o que propunham dentro de sua categoria, uma performance satisfatória em um Android de entrada. O Moto G8 Play segue a fórmula, mas oferece alguns incrementos.

A tela deu uma boa evoluída, ainda que permaneça HD+, o som é adequado, o processador MediaTek incrivelmente faz um bom trabalho e a adição de três câmeras surpreende, porque a Motorola se tocou de que consumidores de aparelhos simples também gostam de variedade em suas fotos.

Motorola Moto G8 Play

Ainda assim, há defeitos significativos. Os parcos 2 GB de RAM causam problemas de inconsistência com o multitarefa, e oferecer apenas 32 GB de espaço interno em 2020, mesmo em aparelhos básicos não é legal.

Isso posto, o preço sugerido de R$ 1.099, na época do lançamento, era um tanto puxado, mas hoje é possível encontrá-lo por um valor bem mais convidativo, em torno de R$ 769 no boleto. Assim, ele se torna bem mais interessante para quem procura um celular Android básico com extras, mas não quer gastar muito.

Se você procura um aparelho para o básico do dia a dia, o Moto G8 Play pode lhe atender bem. Para uma melhor performance, fique de olho em promoções na linha Motorola One, que embora mais potentes, custam bem mais. O Moto G8 Plus por sua vez não é uma boa ideia e, nesse caso, o Moto G7 Plus é uma opção melhor.

Motorola Moto G8 Play — Ficha Técnica

  • Processador: Mediatek MT6771 Helio P70M, octa-core com 4 núcleos Cortex-A73 de 2,1 GHz e 4 Cortex-A53 de 2 GHz;
  • GPU: Mali-G72 MP3;
  • Memória RAM: 2 GB;
  • Armazenamento interno: 32 GB;
  • Armazenamento externo: Suporta cartões microSD de até 512 GB;
  • Tela: LCD IPS de 6,2 polegadas, proporção 19:9, resolução de 1.520 x 720 pixels (271 ppi) e notch em forma de gota;
  • Câmera traseira: Conjunto triplo, com:
    • Wide de 13 megapixels, abertura f/2,0, autofoco laser com detecção de fase;
    • Ultrawide de 8 megapixels, abertura f/2,2;
    • Sensor de profundidade de 2 megapixels, abertura f/2,2;
    • Flash LED, captura vídeos em 1080p a 30 fps;
  • Câmera selfie: 8 megapixels, abertura f/2,2, captura vídeos em 1080p a 30 fps;
  • Sensores: proximidade, acelerômetro, giroscópio e leitor de impressões digitais;
  • Conectividade: 4G/LTE Dual-SIM (bandeja híbrida), Wi-Fi 802.11b/g/n, Bluetooth 4.2, AD2P, BLE, EDR, A-GPS, GLONASS, BDS;
  • Bateria: 4.000 mAh;
  • Portas: USB 2.0 Type-C e P2 para fone de ouvido;
  • Sistema operacional: Android 9.0 Pie;
  • Dimensões: 157,6 x 75,4 x 9 mm;
  • Peso: 183,6 g;
  • Cores: Preto Ônix, Vermelho Magenta.

Pontos fortes:

  • Tela grande e de boa definição;
  • Variedade de câmeras;
  • Bateria dura mais do que o esperado;
  • Processador MediaTek não faz feio;

Ponto fraco:

  • Pouca RAM e memória interna.

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