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Ingleses poderão estudar na [Ian] Livingstone Academy

Em breve Bournemouth receberá a Livingstone Academy, escola do criador dos livros Aventuras Fantásticas e que promete revolucionar o ensino na Inglaterra

4 anos atrás

Com uma vasta carreira na indústria dos games e sendo o co-criador da série de livros Aventuras Fantásticas, Ian Livingstone é o tipo de sujeito com quem eu adoraria sentar para conversar. Tendo sido CEO da Eidos e co-fundador da Games Workshop, ele certamente tem algumas histórias bacanas para contar, mas é a ideia por trás da sua última iniciativa que mais desperta a minha curiosidade e fascínio.

Livingstone Academy

Incomodado com a maneira como funciona o ensino no seu país, o inglês decidiu investir na criação de uma escola e após o projeto ter sido aprovado pelos órgãos responsáveis, a previsão é de que em setembro de 2021 seja inaugurada na cidade de Bournemouth — local conhecido como a “Praia do Silício” — a Livingstone Academy.

A ideia para a criação de uma escola foi inspirada no relatório Next Gen Skills Review, que o próprio Livingstone publicou em 2011. Nele o autor recomendava que o governo preparasse melhor as crianças para um mundo que está se tornando cada vez mais digital, o que acabou mudando a grade curricular nacional três anos depois.

A computação substituiu as TIC [Tecnologias de Informação e Comunicação] na grade curricular nacional, o que foi uma ótima notícia,” declarou Ian Livingstone. “Contudo, a grade é menos empolgante e infelizmente não demonstra o quão empoderadora e criativa é a disciplina de programação. É uma oportunidade perdida, enquanto a indústria de games progrediu significativamente nos últimos 10 anos, evidenciado pelo tamanho atual do mercado, pelos avanços na tecnologia de jogos e pelas oportunidades de carreira criadas.

Com os computadores nem sempre sendo vistos como uma ferramenta para ser criativo, senti que uma escola modelo era necessária para mostrar uma educação autêntica para o século XXI, com alfabetização digital e uma boa disposição artística, juntamente com alfabetização e numeracia como disciplinas essenciais.

Mas além de focar em ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática — conjunto de disciplinas que é conhecido pela sigla STEAM —, um dos principais objetivos da Livingstone Academy é evitar algo que desagrada muitos pais que possuem filhos na escola hoje em dia, que é as crianças aprenderem como se fossem robôs.

Para Livingstone, é preciso que os alunos recebam habilidades que os preparem o melhor possível para o mundo e para o trabalho. Por isso a computação e a criatividade são tão essenciais, afinal os trabalhos repetitivos deverão passar a ser feito por máquinas e não haveria como um ser humano competir com elas.

Se tudo correr conforme o planejado, em breve a Livingstone Academy estará formando “criadores e não apenas usuários”, com a escola ainda servindo para mostrar que o sistema de avaliação britânico precisa mudar, já que nem todas as pessoas acabarão se tornando acadêmicos. Para isso, “as salas de aula devem tentar replicar um espaço de trabalho e a vida cotidiana sempre que possível”, com os alunos aprendendo enquanto fazem.

Criada em conjunto com a Aspirations Academies, uma organização cujo objetivo é justamente patrocinar e ajudar na construção de escolas no Reino Unido, inicialmente a Livingstone Academy terá 150 vagas para crianças que estiverem cursando o 7° ano e outras 60 para aquelas que estiveram em anos inferiores. Porém, a ideia é chegar a 1.500 alunos, com a criação de 150 postos de trabalho.

Livingstone Academy

Eu nunca foi professor, então longe de mim querer dizer se esta linha de raciocínio está certa ou não. No entanto, como alguém que nunca conseguiu se gostar por programação e que hoje possui um filho de nove anos que tem demonstrado interesse pelo assunto, só consigo pensar em como gostaria que ele estudasse em uma escola com esses conceitos.

Fonte: GamesIndustry.

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