Ronaldo Gogoni 4 anos atrás
A versão 2020 do ultrabook Dell XPS 13, lançado recentemente no Brasil é um belo polimento na linha premium da Dell: ainda fino, compacto, elegante e com uma performance matadora, que o faz bater de frente com o Apple MacBook Air. Dentro de sua categoria e entre os modelos que rodam Windows, este é talvez o mais poderoso disponível no mercado.
Como o Dell XPS 13 se comporta no dia a dia? Eu o testei por duas semanas e conto o que achei dele a seguir.
O Dell XPS 13 (2020) continua fino e pequeno como seus antecessores: com apenas 1,2 kg e 1,5 cm de espessura, ele ocupa pouco espaço a mais que um tablet e pode ser transportado facilmente. Usa-lo apoiado no colo também é bem confortável, embora ele esquente dependendo do que você está fazendo.
O case não tem nada de plástico: sua composição é baseada em fibra de vidro tramado e alumínio, com um acabamento interno em fibra de carbono, para deixar bem clara a natureza premium do ultrabook.
A webcam, que havia sido catastroficamente posicionada na parte inferior da tela na geração 2018, já havia sido movida de volta para o alto na versão 2019 e permanece no mesmo lugar aqui. Para quem participa diariamente de videoconferências em tempos de pandemia e isolamento social, é preferível que o acessório esteja em uma posição correta.
Já nas portas, a Dell economizou como forma de priorizar o design. Assim, temos apenas duas USB-C 3.1 com Thunderbolt 3, sendo que uma delas suporta também DisplayPort e fornecem energia. O grande problema é que o usuário fatalmente terá que depender de adaptadores.
A Dell envia com o kit um adaptador USB-C/USB-A, mas para conectar um monitor externo por exemplo, ou mais de um gadget ao mesmo tempo, o comprador terá que adquirir adaptadores por conta própria.
O modelo de ponta enviado pela Dell para review conta com um display touch de 13,4 polegadas e resolução 4K+ (3.840 x 2.400 pixels), com brilho de até 500 nits, bordas extremamente finas, proteção Gorilla Glass 6 e revestimento que a protege contra marcas de dedos, chamada pela Dell de anti-smudge; as demais versões trazem tela Full HD+ (1.920 x 1.200 pixels) sem touch.
A definição de cores e o brilho forte fazem deste display um dos melhores que eu já vi equipado em um laptop, que nem transpira ao reproduzir conteúdos em 4K graças ao hardware por trás; assim, a experiência final é extremamente satisfatória.
O som é bem nítido quando mantido em níveis civilizados, e se mantém assim até ao menos o nível 90. Colocado no máximo, é possível notar distorções mas convenhamos, este não é um produto pensado primariamente como uma estação multimídia. Assim, dá para dizer que o alto-falante é bem adequado.
O teclado do Dell XPS 13 (2020) segue o padrão US Internacional, com retroiluminação na cor branca, contrastando com o acabamento escuro deste modelo. As teclas são bem grandes, mesmo para um ultrabook tão compacto, e digitar nele é até bem confortável.
O touchpad por sua vez é bem grande e responsivo, é possível clicar somente com o toque e o usuário não precisa fazer força para acionar o clique mecânico, mas pode, se quiser.
Processador quad-core Intel Core i7-1065G7 de 10ª geração, 16 GB de RAM e SSD de 1 TB. Mesmo não tendo uma GPU dedicada, o novo Dell XPS 13 não faz feio mesmo com alguns jogos menos elaborados, com configurações mais comedidas. Claro, desde que ele esteja conectado na tomada.
Para todo o resto, o ultrabook premium da Dell é um canhão de mão. Graças à nova geração de processadores da Intel ele atingiu o maior score de Single-Core no Geekbench 4.4.3, dentre todos os laptops que avaliei no último ano. Em Multi-Core ele perde para o Avell G1550 RTX, mas não fica muito atrás.
Em dias de trabalho normal, com 10 abas do Chrome aberto, rodando Trello, Slack (que consomem muita memória), WhatsApp Desktop, Telegram, GIMP e Discord, o Dell XPS 13 (2020) nem suou. Mesmo jogos ele tirou de letra, inclusive via emulação do Android.
A bateria, com 52 Wh e 4 células foi projetada para durar um dia inteiro de trabalho com a resolução em 1080p, o que ele cumpre bem. Em um teste mais pesado, eu o tirei da tomada às 8:00, rodei 2 horas de Spotify via Google Chrome e 30 minutos de jogos, sempre no Wi-Fi, com 4K e brilho automático. Às 12:30, a bateria atingiu a marca de 21%.
É aconselhável manter a resolução baixa para trabalhar caso esteja usando a bateria, elevando-la quando desejar assistir um filme ou série, mas no geral, o modo 1080p já é muito bom; logo, economize energia.
A linha Dell XPS sempre teve como foco executivos de alto nível (a empresa continua fortemente ligada ao mercado corporativo), que buscam performance e design em um único produto e não têm melindres em gastar muito por isso. Por outro lado, ela acabou por se tornar uma concorrente natural do MacBook Air, o modelo que inaugurou a linha de ultrabooks.
O gadget da Dell tinha fama de ser um "MacBook Air que roda Windows", mas com o tempo ele passou a entregar uma performance final melhor do que seu rival. Aqui, a distância foi ampliada.
O novo Dell XPS 13 possui um processador Intel Core de 10ª geração bem potente, bom espaço interno e bastante RAM, o que lhe permite passear em tarefas simples e medianas, e até mesmo dar conta de algumas mais pesadas, embora não tenha sido projetado para isso. Já a tela 4K é uma das melhores que eu já vi em um laptop, com brilho forte e reprodução excelente de cores.
O único ponto fraco é a pouca quantidade de portas, o que obrigará o usuário a depender de adaptadores; sobre o preço, embora produtos de ponta não costumem ser acessíveis, a nova linha começa com valores mais altos do que a geração anterior, a partir de R$ 9 mil no modelo com 8 GB de RAM e tela Full HD.
O modelo testado possui preço sugerido de R$ 11,5 mil, pouca coisa abaixo do MacBook Air mais caro, mas em seu favor, seu principal concorrente conta com processadores apenas Core i3 ou i5, menos RAM e espaço interno. Isso torna o novo Dell XPS 13 uma opção interessante para consumidores do ultrabook da Apple.
Pontos fortes:
Ponto fraco: