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Jogos criados por fãs? A Sega aprova!

Ao contrário de boa parte da indústria, a Sega é uma empresa que apoia os fãs a criarem jogos baseados em suas franquias, apenas com uma ressalva

3 anos atrás

Uma das coisas que considero mais fascinantes nos games são os títulos criados por fãs. Funcionando como belas homenagens, esses jogos muitas vezes servem como uma maneira de outras pessoas preencherem lacunas deixadas pelos donos das propriedades intelectuais, mas nem sempre esses trabalhos são bem recebidos pelas empresas. Uma das exceções na longa lista de editoras que adoram enviar seus advogados em cruzadas contra estes projetos é a Sega e pelo jeito, esta é uma postura que não deverá mudar tão cedo.

Sonic Mania - Sega

Sonic Mania (Crédito: Divulgação/Sega)

Ao contrário do que nos acostumamos a ver lá pelos lados da Nintendo, a Sega tem sido muito mais aberta às criações de fãs que utilizam suas marcas e para deixar claro a maneira como a empresa vê esse tipo de criação, a gerente de mídias sociais da empresa, Kate “MiniKitty” Chrzanowski, usou sua conta no Twitter para explicar até onde vai a liberdade que nos é dada.

Ei fãs do Sonic — agradeço a todos vocês por entrarem em contato com dúvidas sobre jogos feitos por fãs e monetização! Desde que não haja lucro envolvido, geralmente* não há problemas em vocês usarem nosso garoto azul para aprimorar suas habilidades artísticas e de desenvolvimento.

*Por questões legais, eu não prometo que todo conteúdo estará ok.

Chrzanowski disse ainda que poderá haver exceções, com os casos sendo tratados separadamente, mas que o objetivo da Sega não é reprimir todo mundo. Ela também admitiu que assim como os fãs que se arriscam na área de desenvolvimento, a empresa também está aprendendo e que no geral as pessoas têm sido bastante receptivas com seus contatos.

O assunto ficou um pouco mais complicado quando um seguidor questionou sobre projetos que aceitam doações, fazendo com que a gerente afirmasse que esta é uma área mais cinzenta e que se o principal mascote da Sega serve como uma maneira de obter qualquer tipo de remuneração, o melhor seria evitar esse tipo de ação.

Tal apoio deve ter sido muito comemorado pelo pessoal do Mania Team e do Ouroboros Studio, grupos que se juntaram para criar o impressionante Sonic Omens. Distribuído gratuitamente através de episódios, o jogo que está sendo feito com a Unreal Engine 4 tem mostrado um nível de qualidade raramente visto — até mesmo nos títulos mais recentes criados pela própria Sega — e entre aqueles que acompanhavam o seu desenvolvimento, havia o temor de que cedo ou tarde a detentora dos direitos poderia pedir o seu cancelamento.

No entanto, essa permissividade por parte da Sega não é recente e já deu alguns frutos muito legais. Um deles foi o aclamado Sonic Mania, título cujo desenvolvimento teve início em 2015 e que contou com a participação do australiano Christian "Taxman" Whitehead. Figura bastante ativa na comunidade de criadores de jogos do ouriço, ele foi o responsável por adaptar alguns clássicos do personagem para dispositivos mobile, como por exemplo o Sonic CD, e por isso ganhou a oportunidade de dirigir um título original.

Para muitas pessoas, aquele foi o melhor Sonic lançado nos últimos 10, 15 anos, mas talvez o mais importante tenha sido percebermos como as grandes empresas podem aproveitar o talento, o conhecimento e principalmente, o amor que alguns guardam por determinadas franquias — mesmo com elas muitas vezes sendo tão maltratadas pelos seus donos.

Já outra iniciativa por parte da Sega e que considero muito bacana foi quando eles adicionaram suporte ao Steam Workshop no Mega Drive Classics Hub. Com isso, quem possui jogos do antigo console adquiridos na loja da Valve ganhou a possibilidade de modificar os títulos e assim passamos a ter acesso a títulos localizados para português e até mesmo a modificações lançadas oficialmente, como é o caso do Turma da Mônica na Terra dos Monstros.

No entanto, não demorou até que algumas pessoas descobrissem como alterar os títulos vendidos oficialmente por vários outros que nem pertencem à Sega, fazendo com que a plataforma se transformasse em uma espécie de emulador oficial. Tenha isso acontecido de maneira intencional ou não, o fato é que a empresa parece não estar muito incomoda com a prática e assim tudo indica que o compartilhamento descontrolado de ROMs continuará acontecendo.

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