Meio Bit » Games » Sega, um “Super Jogo” e a aposta de quase US$ 1 bilhão

Sega, um “Super Jogo” e a aposta de quase US$ 1 bilhão

Sega revela intenção de investir perto de US$ 1 bilhão em um novo Super Jogo. Nada mal para uma companhia que andou tão desacreditada, não é mesmo?

2 anos atrás

Em janeiro de 2001 o mundo dos games foi sacudido por uma bomba. Após alguma especulação por parte da imprensa japonesa, a Sega confirmou que estava encerrado a produção do Dreamcast e se tornando apenas uma desenvolvedora de jogos. Aquele parecia o fim de uma das empresas mais adoradas pelo público, mas duas décadas depois, cá estamos para falar de algo bem diferente: o desenvolvimento de um bilionário “Super Jogo”.

Sega e seu futuro Super Jogo

Crédito: Reprodução/FLY:D/Unsplash

Tudo começou em março de 2021, quando executivos da empresa divulgaram o resultado fiscal do ano anterior. De acordo com a apresentação, enquanto parte da companhia deverá se dedicar à criar remasterizações de franquias que andam esquecidas, como Shinobi, Crazy Taxi, Jet Set Radio e Space Channel, o resto focará na criação do que eles mesmo classificaram como um Super Jogo.

A revelação chamou a atenção de algumas pessoas, que ficaram curiosas para saber como seria esta nova propriedade intelectual e embora o projeto ainda esteja sendo guardado a sete chaves, agora sabemos que eles pretendem investir bem pesado no misterioso título.

Com o projeto sendo encarado internamente como algo de médio/longo prazo, estão mirando em um jogo que busque o sucesso mundial. Para isso o desenvolvimento estaria girando em torno principalmente de algumas palavras, como “online”, “global”, “comunidade” e “utilização de propriedade intelectual”.

Contudo, aquilo que realmente se destacou no novo relatório fiscal divulgado pela SegaSammy foi o valor que eles poderão gastar com a criação deste Super Jogo nos próximos cinco anos: simplesmente 100 bilhões de ienes, o que daria cerca de US$ 885 milhões!

Crédito: Reprodução/Jezael Melgoza /Unsplash

Segundo a empresa, o montante não seria investido apenas em recursos internos, mas também na compra de estúdios tanto no Japão quanto no resto do mundo. O objetivo seria fazer com que essas aquisições possam ajudar as equipes que estiverem trabalhando no título.

Tanto dinheiro gasto na criação de um novo jogo pode parecer loucura, mas de acordo com o presidente da Sega, Yukio Sugino, tudo se trata de uma forma da companhia se preparar para o futuro:

A maneira como as pessoas interagem com jogos está se tornando mais diversa e o ecossistema está crescendo exponencialmente," afirmou o executivo através de um comunicado oficial. "Neste contexto, a Sega quer ir além da fronteira dos jogos convencionais e assumir o desafio de criar super jogos que empolguem a comunidade gamer, que é uma teia de relacionamentos diversos.

Naturalmente, projetamos que a escala de investimento no desenvolvimento de tais super jogos será considerável. Teremos que incorporar novas tecnologias e tendências. Para isso, teremos que investir na perspectiva de desenvolver a produção e escorar as nossas cadeias de valores.

Sugino ainda usou a Atlus para ilustrar como a ideia de eles irem às compras poderá ser benéfico com o passar do tempo. Para ele, além do estúdio ter lhes garantido acesso a várias franquias famosas mundialmente, ainda permitiu que aproveitassem o conhecimento que o escritório norte-americano da desenvolvedora tinha na parte da localização para inglês.

Por falar nisso, é preciso levar em consideração que nos últimos anos a Sega expandiu consideravelmente a quantidade de estúdios que controla. Além da própria Atlus, hoje eles também são donos da Creative Assembly, Relic Entertainment, Amplitude Studios, Sports Interactive e Two Point, além de outros estúdios menos conhecidos, como o Hardlight, Ignited Artists e Play Heart.

Outro detalhe que não podemos ignorar é a forte presença da Sega no mercado de pachinkos. Um exemplo disso pôde ser visto em fevereiro de 2017, quando de acordo com um relatório da empresa, só nos nove meses anteriores eles faturaram US$ 1 bilhão com essas máquinas.  Isso não quer dizer que a empresa estaria disposta a queimar tamanha quantia, mas que é um grande alívio poder contar com uma fonte como essas jorrando tanto dinheiro, não resta dúvida.

Crédito: Reprodução/Steven Audu/Pexels

Outro fator que deve estar tranquilizando os acionistas da Sega nesta tentativa de cria um Super Jogo é a recente parceria firmada com a Microsoft. Por se tratar de um título que dependerá tanto da internet, poder acesso a infraestrutura da plataforma Azure tem sido considerado internamente como um ponto fundamental para o sucesso do projeto.

Mas se esta ousada aposta dará o retorno que os envolvidos estão esperando, teremos que esperar bastante para saber a resposta. A princípio o fruto de tanto investimento só deverá aparecer por volta de 2026, nos restando até lá apenas especular o que eles poderiam estar tramando.

Como um grande admirador da marca e dos consoles que a empresa vendia, evidentemente eu adoraria ver a Sega voltando a produzir um novo console. Porém, acredito que eles conseguiram se sair bem focando apenas na criação de jogos, com o seu atual catálogo contando com diversas franquias muito bem-sucedidas.

Além disso, é legal ver como a empresa tem apostado em coisas diferentes, como por exemplo o Fog Gaming e mesmo que este tal Super Jogo não vingue, me alegra ver a Sega tendo se tornado muito maior do que muitos poderiam imaginar, lá naquele longínquo início de 2001.

Fonte: TheGamer

Leia mais sobre: , , .

relacionados


Comentários