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Após prejuízo milionário, GOG focará em jogos sem DRM

Com a loja registrando um grande prejuízo nos últimos meses, executivos decidem que o GOG voltará a apostar em jogos livres de DRM

2 anos atrás

Quando o GOG (então Good Old Games) foi lançado em 2008, a loja surgiu com uma proposta fantástica: resgatar títulos antigos em versões compatíveis com a versão mais atual do Windows e o melhor de tudo, sem qualquer tipo de trava antipirataria. Com o tempo o serviço evoluiu, mas agora a CD Projekt Red começa a voltar sua atenção para o passado.

Crédito: Divulgação/GOG

Funcionando como uma subsidiária da empresa que nos deu a série de jogos The Witcher e mais recentemente o Cyberpunk 2077, o GOG fez parte do relatório fiscal divulgado pela editora e nele ficou claro que o desempenho da loja não tem sido bom. Segundo o documento, no terceiro trimestre de 2021 o prejuízo foi de 4,8 milhões de złoty (US$ 1,15 milhão), enquanto nos meses anteriores deste ano o rombo chegou a 9,2 milhões de złoty (US$ 2,2 milhões).

Enfrentando a duríssima concorrência de lojas como Steam ou Epic Games Store, os números se tornam ainda mais preocupantes quando vistos ao lado do aumento na receita da CD Projekt em relação ao ano anterior, que foi de 38% (US$ 34,7 milhões). Diante deste cenário, os executivos decidiram que está na hora de implementar algumas mudanças e a principal delas deverá ser em relação aos jogos vendidos no GOG, que deverão voltar a ser “escolhidos a dedo.

Quem falou sobre esta nova etapa da loja foi Piotr Nielubowicz, diretor financeiro da CD Projekt:

Com relação ao GOG, seu desempenho é um desafio e recentemente tomamos medidas para melhorar sua situação financeira. Em primeiro lugar, decidimos que o GOG deve se concentrar mais em sua atividade principal de negócios, o que significa oferecer uma seleção de games escolhida a dedo com sua exclusiva filosofia livre de DRM. Alinhado com esta abordagem, haverá mudanças na estrutura da equipe.

Embora boa parte dos títulos vendidos pelo GOG continuem sem DRM, em setembro deste ano a loja foi alvo de muitas críticas após o lançamento do Hitman – Game of the Year Edition. Mesmo sendo oferecido com 70% de desconto, o jogo exigia uma conexão permanente com a internet, o que desagradou muitos consumidores justamente por ir contra a filosofia da loja.

Para piorar, a página dedicada ao título trazia a informação de que aquela versão não contava com nenhum tipo de DRM, muito menos precisava de uma ativação ou de estarmos conectados para poder aproveitá-lo em sua totalidade. A repercussão foi tão grande que o jogo acabou sendo removido da loja até que a IO Interactive encontrasse uma solução, o que ainda não aconteceu.

Hitman - Game of the Year Edition (Crédito: Divulgação/IO Interactive)

Destacar-se neste mercado tão competitivo tem se tornado uma tarefa cada vez mais complicada e por isso acredito que esta mudança de postura faz sentido. Também temos que considerar que como a loja da CD Projekt não conta com uma máquina de fazer dinheiro como é o Fortnite para a Epic Game Store, o seu diferencial nunca poderá ser as exclusividades temporárias que vemos por lá.

Resta então voltar a apostar em algo pelo qual o GOG sempre foi elogiado e se além de dar importância ao DRM, eles conseguirem garantir a venda de alguns clássicos que ainda continuam indisponíveis, pode ser que o faturamento volte a subir. O grande problema neste caso é que os detentores dos direitos destes jogos nem sempre podem ser encontrados ou acordos de licenciamento serem fechados, com boa parte dos que gostariam/poderiam vendê-los, já tendo sido contactados.

Isso pode ser visto no próprio catálogo da loja, onde podemos encontrar, por exemplo, o Silent Hill 4: The Room, mas nenhum dos seus antecessores. O que dizer então da franquia Black & White, que até hoje aguardo por um relançamento, mas isso nunca acontece e o mesmo vale para o Road & Track Presents: The Need for Speed.

Mesmo sabendo que estas ausências não sejam culpa diretamente do GOG, o fato é que ainda existe muitos jogos antigos que não estão presentes na loja e quando penso em clássicos rodando lindamente em máquinas mais novas, imediatamente lembro desta loja. Portanto, resta saber como os responsáveis por ela conseguirão garantir algumas novas vendas.

GOG Galaxy

Crédito: Reprodução/Dori Prata/Meio Bit

Já outra dúvida que tenho é em relação o GOG Galaxy 2.0. Eu sempre achei fascinante a ideia de um HUB onde pudéssemos gerenciar os jogos e amigos que temos em diversas lojas e plataformas, mas nunca entendi muito bem o motivo para ele não ter se tornado tão popular quanto poderia. Será então que esta nova etapa da loja não precisaria passar por uma maior divulgação do aplicativo?

De qualquer forma, é muito bom saber que o GOG está dedicado a voltar às suas origens e se a loja obtiver êxito ao nos oferecer alguns “novos” clássicos, quem gosta de títulos mais antigos deverá ter muitos motivos para comemorar.

Fonte: Eurogamer

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