Emanuel Laguna 2 anos atrás
A Maçã de Cupertino acaba de apresentar o relatório financeiro do primeiro trimestre fiscal de 2022 (Q1 FY 2022), período que correspondeu ao quarto trimestre civil do ano passado, abrangendo os meses de outubro a dezembro. Novos lançamentos como o iPad mini 6, MacBooks com Apple M1 Pro / Max e os vários modelos de iPhone 13 foram as estrelas das festas de fim de ano, inclusive na Ásia.
Vamos aos números:
RELATÓRIO FINANCEIRO DA APPLE | |||
Período → | Q1 FY 2021 (outubro a dezembro de 2020) |
Q1 FY 2022 (outubro a dezembro de 2021) |
Diferença |
Receita | US$ 111,44 bilhões | US$ 123,94 bilhões | + 11,22% |
Lucro | US$ 28,76 bilhões | US$ 34,63 bilhões | + 20,43% |
O que a Apple acabou de divulgar nesta quinta-feira (27/01) foram os principais dados financeiros nos três meses terminados em 25 de dezembro de 2021. O tio Laguna se pergunta quando a contabilidade da empresa vai incluir os dias ausentes para coincidir com o trimestre civil (eu sei).
Enfim, tal período foi o primeiro trimestre do ano fiscal de 2022 da Maçã de Cupertino e foi fortemente influenciado pelos principais lançamentos de 2021 da empresa. Com base nos números divulgados, podemos constatar que a Apple lucrou em média US$ 380,55 milhões diariamente nas 13 semanas que compõem o período divulgado, arrecadando um total de US$ 1,36 bilhão por dia.
É uma arrecadação diária “pouco” maior que a do período equivalente de 2020, representando alta de 11,22% em relação a tal período do ano passado.
Vejamos quanto cada linha principal de produtos da Apple arrecadou:
SUMÁRIO DE RECEITAS DA APPLE | |||||
Período → | Receita Q1 FY 2021 |
Receita Q1 FY 2022 |
diferença em relação a Q1 FY 2021 |
||
iPhone | US$ 65,6 bilhões | US$ 71,63 bilhões | + 8,42% | ||
Mac | US$ 8,68 bilhões | US$ 10,85 bilhões | + 25,1% | ||
iPad | US$ 8,44 bilhões | US$ 7,25 bilhões | – 14,1% | ||
vestíveis e acessórios | US$ 12,97 bilhões | US$ 14,7 bilhões | + 13,3% | ||
assinaturas | US$ 15,76 bilhões | US$ 19,52 bilhões | + 23,8% | ||
TOTAL: | US$ 111,44 bilhões | US$ 123,94 bilhões | + 11,22% |
Interessante notar como o lançamento dos MacBooks com chips Apple M1 Pro / Max pode ter tido bastante influência na alta da arrecadação daquele segmento: muitos profissionais querem testar o elevado desempenho gráfico e central prometido pela Maçã de Cupertino, nem que paguem (bem) mais caro. Ainda assim, o setor não foi responsável nem por 10% da arrecadação total no Q1 FY 2022.
Lembro que a Apple sempre priorizou o iPhone ao iPad. Assim, podemos explicar o crescimento negativo da arrecadação global dos tablets da empresa com a crise dos semicondutores: a Maçã de Cupertino deve ter postergado ao máximo as entregas dos novos iPads para garantir o fornecimento do carro-chefe da empresa sem maiores problemas a mercados como o asiático, por exemplo.
RECEITAS DA APPLE NA ÁSIA | |||||
Período → | Receita Q1 FY 2021 |
Receita Q1 FY 2022 |
diferença em relação a Q1 FY 2021 |
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China continental | US$ 21,31 bilhões | US$ 25,78 bilhões | + 20,97% | ||
Japão | US$ 8,28 bilhões | US$ 7,11 bilhões | – 14,22% | ||
restante do continente | US$ 8,22 bilhões | US$ 9,81 bilhões | + 19,27% | ||
TOTAL: | US$ 37,82 bilhões | US$ 42,7 bilhões | + 12,89% | ||
participação global | 33,94% | 34,45% | + 1,5% |
O continente asiático por si só foi responsável por arrecadar US$ 42,7 bilhões no quarto trimestre civil de 2021, ou seja: deu 34,4% da arrecadação global do trimestre final do ano passado. A arrecadação da Apple na Ásia viu no Q1 FY 2022 portanto uma alta de 12,89% em relação ao período equivalente de 2020 (US$ 37,8 bilhões no Q1 FY 2021).
O mercado japonês da Apple viu sua arrecadação encolher 14,2%; de US$ 8,3 bi para 7,1 bilhões de dólares. Enquanto isso, na China a situação foi outra: a arrecadação da Maçã de Cupertino cresceu 21%, chegando a US$ 25,8 bilhões. Tal arrecadação representou 60,4% da Apple na Ásia como um todo e foi basicamente metade da do continente americano (US$ 51,5 bilhões).
Como a Maçã de US$ 2,6 trilhões não divulga mais dados de vendas unitárias de seus produtos, nem muito menos quanto eles estão vendendo em cada região do planeta, apenas podemos dizer que a Apple vai muito bem na Ásia.
Fontes: 9 to 5 Mac e Bloomberg.