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Electronic Arts abandona interesse nos NFTs (por enquanto)

Após afirmar que os NFTs seriam o futuro dos games, CEo da Electronic Arts recua e diz que no momento a empresa não está focada nisso

2 anos atrás

Nos últimos meses, nada tem sido mais discutido na indústria de games do que os NFT. De um lado temos as empresas, sedentas por explorar os tokens não-fungíveis em suas criações e do outro estão os consumidores, que veem nessa prática uma espécie de caça-níqueis com um enorme potencial para tornar os jogos muito piores. Mas enquanto o debate parece longe de terminar, algumas editoras já estão desistindo da novidade e uma delas é a Electronic Arts.

Electronic Arts

Crédito: Reprodução/Pikisuperstar/Freepik

Muitas vezes criticada pela sua postura, no final de 2021 a EA demonstrou um claro interesse em adotar os NFTs, com o Andrew Wilson chegando a afirmar que no “contexto dos jogos que criamos e dos serviços ao vivo que oferecemos, o conteúdo digital colecionável terá um papel fundamental no nosso futuro.

Tal declaração não foi bem recebida pelo público e com outras empresas sendo bastante criticadas por quererem seguir por este caminho, a Electronic Arts preferiu recuar. Ao participar de um evento para investidores, Wilson foi questionado sobre os planos da empresa para esta área e sua resposta jogou uma sombra sobre a maneira como a companhia pretende lucrar com os “colecionadores”.

A maneira como olho para isso, a colecionabilidade é realmente construída em quatro métricas principais. Isso envolve conteúdo de alta qualidade, escassez, prova de autenticidade e um grupo de pessoas que encontra valor nesse conteúdo.

Vimos isso acontecer no mundo real e vimos acontecer no mundo virtual, com certas coisas que aconteceram dentro e ao redor dos nossos jogos por alguns anos. E acredito que a colecionabilidade continuará sendo uma importante parte da nossa indústria, dos games e das experiências que oferecemos aos nossos jogadores.

Se isso faz parte dos NFTs e dos blockchains, ainda teremos que ver. E acho que a maneira como pensamos sobre isso é que queremos entregar a melhor experiência possível para o jogador. E assim, avaliaremos isso ao longo do tempo, mas no momento não é algo no qual estejamos nos esforçando muito.

Crédito: Divulgação/EA

Talvez a Electronic Arts esteja apenas esperando a poeira baixar, com medo de que os ataques sejam até maiores do que aqueles recebidos no passado. Talvez eles ainda estejam avaliando um terreno que já começou a ser explorado por empresas como a Ubisoft e a Konami, tentando descobrir se o retorno financeiro valerá um risco tão grande.

Peguemos como exemplo o leilão iniciado pela editora japonesa para algumas artes da série Castlevania. Apesar de toda a crítica feita à iniciativa da Konami, eles conseguiram arrecadar US$ 157 mil com essas vendas. Já a Ubisoft não teve tanta sorte, com os NFTs para o Ghost Recon Breakpoint tendo inicialmente conseguido apenas US$ 400.

Pois este receio de manchar sua imagem ao recorrer à venda de tokens não-fungíveis não é exclusividade da Electronic Arts. Após receber críticas até de estúdios parceiros (aqui, aqui e aqui) por anunciar a venda de NFTs, a Team17 preferiu recuar e cancelou o que vinha chamando projeto MetaWorms NFT.

Outra que também tem demonstrado um certo interesse neste modelo de monetização, mas que teme a reação dos fãs, é a Sega.  De acordo com o presidente e CEO da companhia, se isso for percebido como um simples caça-níqueis, ele prefere optar por não dar prosseguimento à sua utilização.

Um problema chamado Battlefield 2042

Crédito: Divulgação/EA

Mas enquanto a EA resiste à tentação dos NFTs, a empresa precisa decidir o que fazer com um dos seus principais lançamentos do ano passado, o Battlefield 2042. No mesmo evento em que falou sobre os tokens não-fungíveis, Andrew Wilson admitiu que o desempenho comercial do FPS foi decepcionante.

Segundo o executivo, desenvolver um jogo desse porte durante a pandemia da COVID-19 mostrou-se uma tarefa desafiadora e por mais que o título tenha se mostrado estável durante o lançamento, logo a maior quantidade de jogadores fez com que problemas de desempenho surgissem.

Wilson também reconheceu que algumas escolhas de design não foram bem aceitas por parte da comunidade, mas que a sua equipe está comprometida em alcançar o completo potencial do Battlefield 2042. Para ele, com o passar do tempo e o consequente lançamento de atualizações, nós ainda veremos o jogo se sair bem.

O que o CEO da Electronic Arts não falou foi sobre os rumores de que o jogo pode estar prestes a se tornar um título free-to-play. Particularmente acho isso difícil de acontecer, mas se um dia essa possibilidade for confirmada, só falta a empresa recorrer aos NFTs para aumentar o faturamento do jogo.

Fonte: PCGamer e GamesIndustry

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