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Tim Schafer não quer seus jogos adaptados para o cinema

Apesar das muitas propostas recebidas (e dos almoços grátis), Tim Schafer revelou que não pretende transformar seus jogos em filmes ou séries para TV

2 anos atrás

Enquanto vários estúdios têm feito um tremendo esforço para levar suas franquias para o cinema ou para a televisão, ainda há pessoas na indústria que não veem essa mudança de mídia como uma boa ideia. Curiosamente, uma delas é Tim Schafer, game designer responsável por diversos títulos bastante... “adaptáveis”.

Psychonauts 2, a mais recente criaçào de Tim Schafer

Crédit: Divulgação/Double Fine Productions

Tendo trabalhado na criação de jogos como The Secret of Monkey Island, Day of the Tentacle, Full Throttle, Grim Fandango e Psychonauts, é fácil imaginar qualquer um deles como um bom filme ou série. Na verdade, uma das obras de Schafer, o divertido RPG Costume Quest, até chegou a ser transformado em uma animação, mas conforme revelado pelo game designer, este é um movimento que não deverá ser repetido.

Tal declaração foi feita após ele ver o Psychonauts 2 conquistar o prêmio de melhor jogo do ano oferecido pelo New York Game Awards, quando Tim Schafer falou sobre as constantes ofertas que a Double Fine recebe, mas que não se concretizam.

Muitas vezes somos abordados por pessoas dizendo, ‘ei, podemos transformar isso em um filme?’. Mas você sabe, normalmente é apenas uma distração. Acho que os games são aquilo com o que eu realmente me importo, o que eu gosto de criar e o que eu penso ser interessante. Isso surge de vez em quando, mas nunca se transforma em alguma coisa. Tive muitos almoços grátis em Hollywood.

O game designer até reconheceu que o Psychonauts seria um bom candidato a ser adaptado, com muitas coisas legais podendo ser feitas com a franquia. Porém, o máximo potencial da marca já teria sido alcançada, já que segundo ele, “jogos são mais legais do que filmes ou [séries para] TV.

Daria um bom filme, não? (Crédito: Divulgação/Double Fine Productions)

Já em relação a uma recente proposta feita por Duncan Jones para dirigir um filme baseado no Full Throttle, Tim Schafer admitiu ter gostado do roteiro que lhe foi apresentado e que o material mostrava que o sujeito responsável pelo Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos conhece o aclamado adventure. Sempre com seu típico bom humor, ele afirmou que seria legal trabalhar com o cineasta, mas que no fim das contas, “Los Angeles e Hollywood são apenas um enorme redemoinho de almoços.

Seja por muitas mudanças no universo dos jogos, seja pelo total desconhecimento do que os envolvidos estão fazendo, a verdade é que na maioria das vezes essas adaptações não funcionam muito bem. Mesmo assim, em se tratando dos diversos ótimos títulos lançados pela Double Fine, eu adoraria ver alguns deles sendo transformados em animações.

Acredito que histórias como as do Broken Age, Brütal Legend ou mesmo do Psychonauts deveriam ser conhecidas por mais pessoas e a melhor maneira de fazer isso seria levando-as para outras mídias. Por outro lado, entendo o temor de Tim Schafer em liberar suas propriedades intelectuais, algo que possivelmente acabaria dando origem a um filme ou série bem diferente do que ele idealizou.

Uma nova propriedade intelectual

Warcraft Adventures: Lord of the Clans (Crédito: Reprodução/Blizzard Entertainment)

Durante a mesma entrevista concedida ao jornalista Ryan McCaffrey, Tim Schafer também falou um pouco sobre o futuro. Como nos últimos anos ele se sua equipem estiveram empenhados em terminar o desenvolvimento do Psychonauts 2, a ideia agora é se dedicar a um jogo inédito, dando início a uma possível nova série.

Schafer também foi questionado sobre a possibilidade de trabalhar com alguma das muitas franquias que a Microsoft controla, principalmente após o anúncio da compra da Activision Blizzard. Ele então citou uma conversa que teve com o programador Brad Muir, quando este lhe fez uma interessante sugestão: reviver o Warcraft Adventures: Lord of the Clans.

Tendo permanecido em desenvolvimento entre os anos 1996 e 1998, o título seria fruto de uma parceria entre a Blizzard e a Animation Magic, com sua história se passando após os eventos mostrados no Warcraft II: Beyond the Dark Portal. A mecânica do jogo funcionaria no estilo point-and-click, com o jogador tendo que solucionar quebra-cabeças e conversar com diversos personagens.

Porém, a qualidade do projeto não estava agradando o alto escalão do estúdio e mesmo com o seu desenvolvimento estando perto de ser concluído, a desenvolvedora optou por cancelar o lançamento do Warcraft Adventure. Mesmo assim, aquele jogo deixou um importante legado, com sua história tendo servido como base para o livro Warcraft: Lord of the Clans e alguns dos seus elementos influenciando o Warcraft III: Reign of Chaos, o World of Warcraft e até mesmo o filme dirigido por Duncan Jones.

Quanto a possibilidade do estúdio de Tim Schafer um dia criar um adventure baseado no Warcraft ou mesmo trabalhar com alguma franquia de suas coirmãs, ele foi taxativo: “nós gostamos de fazer nossas próprias coisas na Double Fine, então eles não vão nos entregar qualquer propriedade intelectual.

Fonte: IGN

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