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Metal Gear Solid V: desarmamento nuclear teria sido uma farsa

Após um grupo precisar hackear o Metal Gear Solid V para zerar o contador de ogivas nucleares do jogo, tudo indica que o sistema foi manipulado pela Konami

2 anos atrás

No futuro, quando as próximas gerações olharem para a história dos games, Hideo Kojima provavelmente será visto com um dos game designers mais controversos da indústria. Adorado por uns, mas odiado por tantos outros, ele implementou muitas ideias inusitadas em suas criações e o Metal Gear Solid V: The Phantom Pain não esteve imune às excentricidades do diretor.

Metal Gear Solid V

Crédito: Divulgação/Konami

Lançado em 2015, o título contava com duas porções online, sendo que em uma delas os jogadores podiam construir e armazenar ogivas nucleares em suas bases de operações. Embora as armas servissem como uma forma de proteção contra a invasão de outros jogadores, elas também podiam ser desmanteladas, com o ato inclusive nos rendendo um troféu/conquista.

Como existe um contador para o número de ogivas ainda ativas, os jogadores começaram a especular que um evento especial seria disparado assim que todos se livrassem das bombas, o que ganhou força em 2 de fevereiro de 2018. Apesar da cena abaixo ter sido descoberta logo após o jogo ser lançado, foi naquela data em que ela passou a ser exibida aos jogadores de PC, mesmo com a quantidade de armas ainda se encontrando acima de nove mil.

Segundo um comunicado emitido pela Konami na ocasião, tudo não passou de uma falha e por isso os jogadores precisariam continuar se esforçando para levar a paz ao universo do Metal Gear Solid V.

Dois anos depois, um grupo chamado The Hung Horse decidiu encarar a dura missão de desbloquear o evento no PlayStation 3. Porém, não demorou para eles descobrirem que a tarefa seria praticamente impossível de ser realizada da maneira natural. Mesmo com a plataforma contando com o menor número de ogivas ativas naquele momento, algumas pessoas estavam trapaceando, reunindo em pouco minutos um arsenal que normalmente levaria semanas para ser criado.

Além disso, os “pacifistas” perceberam que apesar de o sistema de bases operacionais do jogo fazer com que cada bomba fosse associada ao lugar em que ela foi criada, existiam algumas dezenas que não pertenciam a ninguém. Elas passaram a ser chamadas pelo grupo de “Bomba Nuclear Fantasma” e a única opção para desarmá-las seria recorrendo a trapaças.

Foi aí que entrou um hacker conhecido como Stefferp. Coube a ele a tarefa de desenvolver um código que desativaria as ogivas mesmo sem estar jogando, com o método procurando cada jogador que contasse no banco de dados e assim eles conseguiram reduzir o contador ao mágico número de zero bombas ativas.

Contudo, a Konami não gostou da brincadeira. Alegando que o método utilizado não era legítimo, a empresa baniu o hacker e mesmo com o pessoal do The Hung Horse explicando a situação e pedindo que o problema fosse corrigido, eles nunca obtiveram uma resposta. Pois de acordo com um vídeo publicado pelo canal DidYouKnowGaming?, essa seria uma prova de que a editora manipulou o mini-game durante todo esse tempo.

Porém, se isso realmente aconteceu, porque Kojima se daria ao trabalho de implementar um sistema que não funcionava como anunciado? Seria apenas uma brincadeira por parte do game designer? Pois a resposta pode estar no imponderável, numa aposta no futuro e que acabou não se pagando.

Capítulo 3: Paz

Crédito: Divulgação/Konami

Se toda essa busca pelo desbloqueio de uma simples cena secreta pode parecer um pouco exagerada, é preciso considerarmos o contexto (e o rumor) por trás do desarmamento nuclear no Metal Gear Solid V. Tendo sido o último jogo de Hideo Kojima enquanto estava na Konami, muitas pessoas desconfiam que o game designer teve que entregar um trabalho inacabado e os indícios estão por todas as partes.

Além da campanha principal contar com uma segunda metade que parece ter sido feita as pressas, o final deixa muitas pontas soltas e o fato de o disco bônus da edição de colecionador falar sobre um “Episode 51: Kingdom of the Flies” (que nunca pudemos jogar) mostra que havia mais história a ser contada.

Porém, o que realmente despertou o interesse das pessoas em relação ao fim das ogivas foi a descoberta de uma referência a um terceiro capítulo, chamado Paz. Como o Metal Gear Solid V é dividido em apenas dois capítulos (Vingança e Corrida), muitos passaram a imaginar que essa parte escondida poderia ser desbloqueada após nos livrarmos de todas as bombas e como em 2015 a própria Konami chegou a afirmar que “a verdade pode ser encontrada na paz”, parecia que Kojima estava preparando o terreno para uma das sacadas mais fantásticas da história dos games.

Recentemente o diretor afirmou que o sistema de desarmamento nuclear que eles propuseram para o jogo foi “um experimento social”, mas nunca ficou claro se havia realmente o desejo de expandir o enredo do MGSV. Como a parceria entre ele e a Konami terminou de maneira abrupta e conturbada, talvez a editora simplesmente tenha feito mudanças no jogo para garantir que o evento nunca fosse disparado, afinal a recompensa que deveríamos receber por isso não chegou a ser produzida.

Diante toda essa confusão e das muitas incertezas que rondam o Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, fica a decepção por sabermos que, por mais legal que o jogo seja, ele poderia ter sido muito melhor. Porém, devido a possível falta de tempo no desenvolvimento e o conflito entre as partes, aquela que poderia ter se transformado na obra-prima de Hideo Kojima acabou sendo bastante prejudicada.

Fonte: Eurogamer

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