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Kinoma Play anunciado para o Android e essa pulga atrás da orelha

Kinoma Play cria um a máquina virtual do Android possibilitando rodar vários aplicativos menores e mais otimizados, com desempenho superior, inclusive, ao dos similares nativos do sistema operacional.

13 anos atrás

Kinoma Play

Essa semana escrevi sobre  o Kinoma Play, que está prestes a ser disponibilizado para Android e consiste basicamente em uma máquina virtual que permite rodar certos aplicativos com um desempenho impressionante. O vídeo naquela postagem mostra algumas aplicações rodando num Nexus One e exibindo um desempenho que, admitamos, não está presente nem mesmo em aparelhos com o hardware bem mais robusto do que o do N1. Essa aplicação já estava disponível para outras plataformas móveis, como se pode ver no site oficial, mas sua chegada ao Android só foi anunciada agora, no MWC 2001.

Se uma solução vem trazer para a plataforma uma possibilidade desse tipo, ela é muito bem-vinda. Ela é inclusive fruto da liberdade que se tem no Android e talvez algo assim nem pudesse ser desenvolvido para o iOS, alguns podem dizer. Acontece que, depois de escrever aquele texto, fiquei aqui com essa pulga atrás da orelha.

Uma queixa que recai frequentemente sobre o Android aponta pequenos engasgos na resposta da interface, o que foi inclusive levantado por um leitores daqui em comentários  a essa postagem sobre o Galaxy S II. Eu mesmo tive um bom trabalho aplicando modificações no Galaxy S até deixá-lo rodando de maneira mais fluida, sem qualquer sinal do tão falado lag. Por outro lado, o iPhone se mostra bastante bem acabado nesse aspecto. Até mesmo os modelos já "ultrapassados" apresentam uma interface com uma resposta imediata ao toque, os elementos gráficos deslizando na tela de maneira mais natural.

Diante disso, você se pergunta, porque diabos uma máquina virtual, rodando sobre o Android, pode possibilitar a execução de aplicações que apresentam um desempenho maior do que aquelas que rodam diretamente no sistema operacional? Podemos nos deparar com aquela desculpa de que nem toda aplicação encontrada no Market é bem desenvolvida, faltam otimizações, a culpa é do desenvolvedor, mas peraí… o vídeo demonstrativo estava exibindo o funcionamento da galeria de fotos, e a galeria do Android é feita pela própria Google, é nativa do sistema!

É exatamente por levantar esses questionamentos que o tal Kinoma Play pode deixar se ser visto como uma boa adição às possibilidades do Android e ser encarado como um vexame anunciado. Sério, os caras responsáveis por esse projeto, em vez de saírem diretamente para demonstrá-lo no MWC, poderiam ter utilizado a coisa como peça de chantagem contra a Google. "Nós temos aqui essa solução e ela pode mostrar o robozinho de vocês com as calças arriadas. É melhor a gente negociar".

Eles não fizeram isso e, mesmo com a chantagem do parágrafo anterior não passando de uma brincadeira minha, acredito que o movimento mais sábio para a turma do Android, nesse momento, seria meter a mão no bolso e partir para comprar o Kinoma Play o quanto antes. Mata as versões pra Symbian e pra Windows Mobile, aproveita que a do Android nem foi lançada ainda e evita o arranhão que ele pode fazer na reputação do sistema. Depois usa o código dele pra fazer o dever de casa e implementar otimizações para o próprio Android. Pelo menos uma boa suíte para redes sociais e um bom sistema para bibliotecas de músicas, vídeos e fotos poderia sair dali.

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