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The Wall Street Journal kibando WikiLeaks é alvo de críticas

The Wall Street Journal cria clone do WikiLeaks. Apesar de parecidos, algumas diferenças fundamentais transformam o projeto do periódico americano numa quase-piada.

13 anos atrás

Maio parece ser um bom mês para o zumzumzum, o rebuliço e o fuzuê. Nessa última semana mais uma grande polêmica se instalou. O alvo, o The Wall Street Journal.

Sob pesadas críticas, o periódico lançou no último dia 5 o SafeHouse, um site liderado pelos editores do THJ nos mesmos moldes que o WikiLeaks. Ou melhor, talvez devamos dizer "inspirado" pelos moldes do WikiLeaks.

A principal crítica vai contra a alegação dos responsáveis pelo projeto quanto à segurança dos servidores onde o SafeHouse está instalado. Segundo uma grande maioria que já se manifestou, a empreitada está longe de representar qualquer segurança aos whistle-blowers de plantão.

E diga-se de passagem, chapa branquíssima demais esse projeto do THJ. Tira toda a credibilidade de um grande jornal, estimulando ao contrário a fabricação de super-pautas por meio de uma imagem que só funciona bem em um outro tipo de organização.

De preferência, somente se vier carregada de ideologias libertárias, uma pitada bem direcionada de conspiracionismo e a bênção um ex-hacker de cabelos brancos antes dos 45 anos, com supostas taras suecas...

Era mais fácil escrever na homepage do site: "Compramos sua pauta. Pagamos bem. Nossa condição: tem que parecer Whistle-Blowing!" Pronto.

Se o leitor mais informado não estiver à beira de um aneurisma e ainda for capaz de ler calmamente os termos de uso do SafeHouse, vai notar rapidamente que o THJ não oferece - nem de longe - o mesmo anonimato que o WikiLeaks.

Vou destacar apenas um parágrafo para você, leitor do Meio Bit:

“Nos reservamos o direito de revelar informações sobre você, solicitadas por autoridades ou por terceiros, sem aviso, para cumprir com uma lei ou ordem da Justiça, para operar nossos sistemas de forma adequada, para proteger a propriedade e os direitos da Dow Jones ou quaisquer empresas afiliadas e para salvaguardar os interesses de outros”.

A linha que fala sobre "proteger a propriedade e os direitos de empresas da bolsa" praticamente escupincha a coisa toda, certo? Infelizmente, minha apuração não foi capaz de descobrir o nome do gênio que redigiu estes termos. Tampouco, o nome das cabeças responsáveis por esta revolucionária íngua de Maio, (...) quero dizer, "respeitável projeto".

Em todo caso, se você estiver pelas bandas da Avenida das Américas, #1211, em Nova Iorque, passe longe das torneiras. A água que sobe para o prédio deles deve estar com um gosto meio gozadinho...

Até mesmo o The Guardian, fervoroso defensor do WikiLeaks que encolheu quando a jiripoca piou para o lado do Assange, disse sem qulquer timidez que o SafeHouse é um fracasso jornalístico, uma cópia chinfrim do WL. Se as outras grandes redações pelo mundo não estão rindo, deveriam. Olha aí, The Daily, por que vocês não pensaram nisso antes? Custa caro para fazer e também não vai a lugar algum: aí?

Para variar, todo precurssor é culpado por inspirar a multiplicação dos clones e dos milagres e o WikiLeaks não foi diferente. Depois dele, vieram os falhados OpenLeaks (criado pelo quase-nêmesis de Julian, Domscheit-Berg), o LocaLeaks (com um website aparentemente feito no Word) e a indecifrável ATU, Unidade de Transparência da Aljazeera.

"É a pauta que me falta", né seu THJ?

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