Yahoo! rende lucro bilionário para grupo japonês
Daniel Bender 12 anos e meio atrás
Tem muito japonês rindo à toa com o negócio realizado pelo Softbank, o grupo japonês de mídia e telecomunicações, para pagar um empréstimo contraido com o Citigroup em 2004.
O negócio foi o seguinte. Em 1996 a empresa recebeu como parte de uma aquisição uma participação relevante no capital de uma pequena startup norte-americana com 49 empregados e apenas 1 ano de vida. O nome dessa empresa era Yahoo! e eles tinham cerca de 1 milhão de visitantes por dia.
Assim era o site mais quente de 1995 no navegador mais popular do mundo, o Mosaic
Um pouco antes do IPO do Yahoo!, os japoneses aumentaram a participação para US$ 60 milhões e durante o IPO para cerca de US$ 145 milhões. Isso se provou um excelente negócio quando investidores no mundo inteiro foram à loucura com as ações da empresa mais quente do Vale do Silício.
Nove anos e uma bolha especulativa depois, o Softbank contrai um empréstimo de US$ 1,135 bilhões com o Citigroup, o maior banco do mundo. Numa aparente jogada de mestre, o Citi coloca no contrato que aceita valor equivalente em ações do Yahoo!.
Lembrando que a bolha havia estourado poucos anos antes e o mercado acionário estava bem deprimido com as confusões de Kenneth Lay e sua galera do barulho. Portanto, era uma jogada tranquila para o Citi, que estava apostando num mercado melhor em 2011.
Como sabemos, graças ao subprime e à extrema competência dos executivos da Yahoo! (veja detalhes aqui), eles se deram mal. A ações da empresa caíram quase pela metade nesses 7 anos e agora a participação do Softbank vale apenas US$ 670 milhões.
A evolução das ações da Yahoo de 1996 até hoje. Via Yahoo! Finance
Os japoneses se vingaram de Hiroshima e, com base no contrato de 2004, pagaram o empréstimo de US$ 1,135 bi com apenas US$ 670 milhões. O ganho seria de míseros US$ 465 milhões se não fosse um detalhe. Contabilmente, a participação no Yahoo! era de apenas US$ 145 milhões.
Com isso, o Softbank teria lucrado US$ 990 milhões às custas do Citigroup que estaria em apuros se não tivesse se precavido e contratado um hedge prevendo a queda das ações do Yahoo!.
