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Canon EOS 450D (XSi) - Review

15 anos atrás

Como expliquei em um post no passado, estava em dúvida entre comprar uma câmera nova e mais simples, ou uma usada mais parruda. Como não encontrei um vendedor confiável que me oferecesse um equipamento usado em boas condições, optei por adquirir uma Canon EOS Rebel XSi, também conhecida como EOS 450D. A marca a ser escolhida não era problema, pois todo equipamento que possuo é Canon, então teria que aproveitar as lentes e o flash externo. A câmera foi comprada na Recreio Digital, que infelizmente fechou suas portas por conta de desavenças internas entre os sócios. Digo infelizmente, pois era um site com ótimos preços e muito confiável.

O que vem na caixa.

Dentro da caixa, encontramos o corpo da câmera, a lente EF-S 18-55mm f/3.5-5.5 IS, cabo USB para conexão com o computador, cabo de vídeo para conexão com a TV, manual de usuário, manual resumido para os ajustes mais básicos, dois guias fotográficos com dicas para melhorar suas fotos (sendo que um deles é dedicado a fotografia macro), a bateria LP-E5, carregador de bateria LC-E5, um suporte para guardar a bateria quando ela não está na câmera e três CDs contendo softwares, sendo um o EOS Utility, outro com manuais e instruções para uso dos softwares, e o terceiro CD, que tem o titulo de Step up Photography, possuí textos explicativos de como fazer fotos em situações específicas (macro, festas, paisagens, etc) e os acessórios disponíveis para a linha Canon para ajudar nas fotos. Tudo isso vem acondicionado em uma pequena caixa preta e não muito pesada.

Primeiras impressões.

Quando tirei a câmera da caixa, quase me arrependi por sua compra. Não por conta de algum detalhe técnico, mas por conta de seu tamanho. Ela é muito pequena e leve. Lembrou-me minha antiga Fuji Finepix S5100. Para quem tem mãos grandes ela é um pouco desconfortável de segurar, mas nada que um vertical grip não resolva. O corpo é bem construído e todo em plástico industrial. A parte da empunhadura é emborrachada, garantindo uma pegada firme na hora de fazer a foto.

Corpo da Câmera

 

O botão para ligar e desligar fica junto ao anel seletor de modos de disparo, tornando fácil a operação de ligar a câmera. Outros comandos úteis que estão bem distribuídos no corpo do equipamento são do Display (exibição das fotos no monitor LCD), velocidade do obturador, abertura de diafragma, sensibilidade ISO e White Balance. Outros comandos que podem ser acessados através do anel de seleção, que está ao lado do LCD, são os de Modo de Disparo, Modo de AutoFocus e modos de Medição da fotometria.

Na parte superior da câmera encontramos o anel de seleção de modos de disparo. Além do modo Manual, encontramos as prioridades de abertura e velocidade, retrato, paisagem, esporte, cena noturna, automático e automático sem flash (que acho uma opção muito útil). Logo ao lado do viewfinder ótico está o botão que leva ao menu principal da câmera. As regulagens nesse menu se encontram em seis abas diferentes que vão desde a configurações do White Balance personalizado, qualidade da imagem, informações do cartão de memória, chegando até a versão do firmware que está sendo usado. Tudo muito simples e facilitado ela existência do idioma português na câmera. O LCD de 3 polegadas é muito nítido, embora perca um pouco de sua eficiência em dias com muito sol. É possível regular a intensidade do brilho do monitor LCD através de ajustes no menu principal.

A lente que vem junto ao equipamento é a mais simples da linha digital da Canon. Alguns afirmam que essas lentes não possuem qualidade nenhuma e que se assemelham a fundos de garrafa. Mas, você que está saindo de uma compacta e entrando no mundo das DSLR vai se surpreender. A lente é pequena e leve. Ela é feita do mesmo plástico da câmera e o anel de zoom é todo emborrachado. Uma grande vantagem é a lente ter estabilização de imagem que, embora não faça milagre, ajuda muito em fotos com baixa velocidade do obturador.

Usando a Câmera.

Pensando no usuário comum de câmeras digitais no Brasil, fiz o que quase 100% das pessoas fazem, ou seja, sair para fotografar sem ler o manual. Claro que o fato de lidar com diferentes tipos de câmeras há alguns anos ajuda bastante, mas para mim foi uma experiência nova. O modo automático funciona muito bem na câmera. Ele ofereceu ótimas exposições na maioria das fotos realizadas. Uma coisa que gostei muito foi o fato da câmera não usar ISOs altos em situações comuns. O ISO 200 foi o mais usado. Só para se ter uma comparação, as câmeras da Fuji possuem uma tendência de escolher sempre o ISO mais elevado, mesmo em situações comuns. Até no modo automático sem uso de flash, o ISO raramente passava de 400.

Frutas

 

Ao fotografar no modo manual encontramos o mesmo conforto que no modo automático. Sem tirar o olho do viewfinder é possível realizar as configurações de diafragma e obturador rapidamente usando apenas a mão direita. Os números mostrados pelo viewfinder são grandes e na cor amarela, sendo facilmente vistos. É bom notar que existe um sensor logo abaixo do viewfinder que desliga o LCD quando você leva a câmera até o rosto. O modo liveview possuí uma boa qualidade imagem no LCD, mas consome muita bateria e o autofocus nessa situação fica um pouco mais lento (problema encontrado nas câmeras da Canon). Para ativar o liveview é necessário estar trabalhando no Modo Manual ou com as prioridades de abertura ou velocidade. Os modos automáticos de cena não oferecem essa opção. Também é possível acionar as grades da regra dos terços no visor LCD durante o liveview, esse sim um recurso muito interessante.  O recurso tem que ser ativado no Menu Principal (poderia ter um botão no corpo da câmera para facilitar) e em Português ele se chama Definir Visualização Directa. Tenho que admitir que não gostei. Como usuário de câmeras reflex desde que comecei a fotografar, achei esse recurso meio inútil.

Vitória Régia 02

Todas as lentes Canon EF que tenho funcionaram perfeitamente. A única que não consegui usar foi uma Sigma 28-70mm f/2,8 que eu já sabia que não iria funcionar por ser muito antiga. Mas, não custava nada experimentar. Uma outra antiga, da Tamron, funcionou sem problemas. Só lembrando que as lentes possuem um fator de corte de 1,6x. Ou seja, a EF 50mm f1,8, vai se comportar como uma 75mm, mantendo os mesmos valores da abertura do diafragma. Mesmo em situações em que era exigido rapidez da câmera ela se saiu muito bem. Varias fotos em seqüência foram realizadas mantendo a rapidez do autofocus e a velocidade de gravação no cartão não deixa você não mão para executar a próxima foto. A bateria tem uma autonomia de 500 fotos, aproximadamente. Isso depende muito da maneira que você usa o equipamento. Não gostei do sistema de medição de bateria. A pilha que representa a carga da bateria fica constantemente cheia. Quando a primeira parte dela apaga, a bateria dura muito pouco. É basicamente um aviso para você carregar a bateria. Por isso se mostra importante ter duas baterias para não ter problemas em fotos externas.

Qualidade de imagem

Fiquei muito satisfeito com a qualidade da imagem. Boa definição, ótima nitidez e cores vivas. Tudo que um fotógrafo pode querer. A câmera oferece velocidade ISO compreendida entre 100 e 1600. Até o ISO 400 a imagem é perfeita, nenhuma reclamação. Já o ISO 800, apesar de mostrar algum ruído, é mil vezes melhor que qualquer exemplo de câmera compacta. Pode ser usado tanto para fotos que vão para a net quanto para impressão em grandes tamanhos. Do ISO 1600 eu não gostei. O ruído e a perda de detalhes já são bem evidentes, mas pode ser facilmente utilizado em uma situação de emergência. Para mim, esse é o principal quesito a ser analisado em uma câmera digital. A qualidade de imagem apresentada em situações simples e em situações extremas de uso. Para falar a verdade, faço muitas fotos com pouca luz e aproveitando o jogo de sombras. Por isso, qualidade em ISOs elevados é essencial.

Vitória Régia 03

E no computador?

Aqui encontrei meus primeiros problemas. Ao ligar a câmera ao PC o Windows reconheceu prontamente o equipamento. Porém, o software da câmera, o EOS Utility, não conseguia encontrar o equipamento conectado. Tudo bem que o Windows conseguia fazer o download das imagens JPEG, mas os arquivos RAW não eram encontrados dentro da câmera. Depois de baixar a versão mais nova do software da página da Canon e realizar uma atualização do firmware, tudo passou a funcionar direitinho. Porém, acabo sempre dando preferência pelo download das imagens através do sistema operacional, que é bem mais rápido. Quando a câmera é conectada, ela aparece como unidade de disco removível no Meu Computador. Lá eu localizo e copio os arquivos RAW que são tratados e convertidos no Lightroom 2.0.

Janusa 04 Lidiane 11

Finalizando

Um último ponto negativo que encontrei está no corpo da câmera. A porta do compartimento da bateria parece ser muito frágil para um equipamento que custa mais de dois mil reais. A Canon poderia dar um pouco mais de importância para isso.

O equipamento se utiliza de cartões de memória SD. Junto a câmera comprei um de 8GB da SanDisk. Em JPEG ele é suficiente para armazenar 1856 imagens com a definição máxima de 12 megapixels. Já em RAW esse número cai para 516 imagens. Cabe lembrar que são valores relativos, pois o tamanho de uma imagem digital depende de vários fatores.

Toda vez que a câmera e desligada, é realizada uma limpeza do sensor através de vibração. Tecnologia que vi pela primeira vez nas câmeras da Pentax.

Gostei tanto da câmera que já usei ela para fazer alguns Books mais descompromissados. Nessa parte, você só nota a verdadeira riqueza de detalhes capturados na foto quando manda fazer uma ampliação de 20x30cm. Chega a ser impressionante.

Por do Sol

Esse não é um review profissional. Acho que nesse quesito o Dpreview pode oferecer um texto bem melhor. O que tivemos aqui é a impressão de um consumidor sobre o equipamento. A meu ver, é uma opinião mais palpável para quem quer arriscar em um equipamento novo sem precisar entender todos os termos técnicos dos sites especializados.

Tdas as fotos publicadas nesse post se encontram no Flick e se encontram com o exif completo.

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