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Encurtador de URLs do Digg: você está fazendo errado

15 anos atrás

digg-fail O Digg é um serviço diferenciado. Criado por Kevin Rose, serve como um seletor natural de conteúdo relevante. As pessoas submetem páginas, e votam nas melhores, e são justamente essas que vão parar na capa do site, onde, obviamente, o fluxo de visitantes é maior. Isso gera muitas visitas para quem consegue emplacar um post na capa do Digg, e, por outro lado, a enorme visitação do site faz com que essa façanha torne-se difícil, disputada. No fim das contas, todos ganham: bloggers com muita visitação proveniente do Digg, e leitores com conteúdo relevante sempre fresquinho.

Seguindo a onda do momento, a fim de não ficar de fora da próxima tendência de geradores/redirecionadores de conteúdo, no comecinho de abril o Digg lançou seu próprio encurtador, nos moldes do TinyURL, bit.ly e migre.me. Junto com ele, lançou também a DiggBar, uma barra para logados no site que ajuda a fazer tarefas relacionadas não só ao Digg, mas a outras redes, como Twitter e StumbleUpon, através de um iframe no topo das páginas do serviço. Usuários do Digg adoraram tudo, muita gente passou a usar a barra do Digg para executar tarefas em vários lugares, e também o encurtador de URLs.

Mas eis que, há alguns dias, o Digg mudou as regras do jogo na surdina. Desde então, as URLs encurtadas, ao invés de mandarem o leitor não logado no Digg para a página original, mandam-no para uma do próprio Digg, uma espécie de landing page. Para ver como fica, clique neste link: . Ao invés de ser levado diretamente ao post do Mashable sobre o assunto, o link cai na página do post no Digg.com.

Alguém descobriu a sacanagem, e o caos instalou-se. O que tem de gente extremamente brava com o Digg, não é coisa que se vê todo dia. A principal acusação é que essa mudança nas regras do jogo é desleal para com o usuário do encurtador de URLs do Digg, prejudica o site original em termos de SEO, e, dizem as más línguas, só foi feita para gerar mais page views para o Digg, inflando artificialmente (ou, no mínimo, deslealmente) as estatísticas do site.

Não é novidade que esse tipo de mudança nas regras é uma apunhalada nas costas de pessoas que deixaram de lado encurtadores de URLs favoritos para utilizarem o do Digg. Se serviços web gratuitos baseiam-se em confiança, o Digg deu uns dez passos para trás com essa mudança abrupta. A princípio, antes do Digg comunicar-se sobre o ocorrido, havia a especulação de que isso era apenas um problema técnico. Mas, mais tarde, o suporte do Digg respondeu uma pergunta de JD Rucker confirmando que o movimento é intencional.

Ainda é cedo para mensurar as consequências dessa medida inconsequente do Digg. O que se sabe, até agora, é que alguns dos maiores usuários e incentivadores dos seus serviços torceram o nariz para a atitude e já pensam em abandonar a ferramenta – pelo menos a de encurtar URLs. Alguns clientes de Twitter, como o TweetMeme, podem remover o encurtador de URLs do rol dos disponíveis. Num primeiro momento, o Digg se beneficiará, às custas de leitores e bloggers, de uma grande onda de tráfego gerado pelas milhares/milhões de URLs encurtadas através do serviço. Mas e a longo prazo? Vale a pena sacrificar credibilidade em prol de cliques a mais durante um curto período?

Kevin Rose voltou de férias ontem, e pegou a batata quando ela já estava bem quente. Ele disse, no Twitter, que não sabia da mudança, e que hoje verificará o que houve. Acho que teremos alguma retratação em breve…

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