Como funciona o Google Autocomplete?

Saiba como funciona o Google Autocomplete e entenda como o sistema gera previsões de busca enquanto você ainda está digitando

Melissa Cruz Cossetti
Por
• Atualizado há 1 ano
Google (Imagem: Solen Feyissa / Unsplash)
Google (Imagem: Solen Feyissa / Unsplash)

Se você está aqui é porque quer entender como funciona o Google Autocomplete — uma ferramenta do Google que trabalha da seguinte forma: assim que você começa a digitar, as previsões de busca relacionadas às primeiras letras digitadas começam a aparecer na caixa de pesquisa, para ajudá-lo a terminar o que você está digitando. 

Essas previsões são geradas automaticamente com base em pesquisas reais e permitem uma “economia de tempo” por parte de quem está buscando. Alguns detalhes foram explicados por Danny Sullivan, Public Liaison for Search do Google, numa série de posts em 2020 no blog oficial, que chamou de “How Search Works”. 

Como nascem as previsões de busca do Google

As previsões de busca geradas pelo preenchimento automático refletem as pesquisas de verdade, feitas por pessoas de verdade, no Google.com. Contudo, nem todas as previsões podem ser úteis ou ter conexão de fato com o que a pessoa está buscando. 

De acordo com o Google, para decidir quais previsões mostrar, seus sistemas começam analisando consultas comuns (Google Search) e de tendência (google trends) que correspondem aos termos que alguém começa a inserir na caixa de pesquisa. 

Por exemplo: 

Se o usuário digitar “melhor Jornada nas Estrelas …”, as conclusões mais comuns seriam “melhor série de jornada nas estrelas” ou “melhores episódios de jornada nas estrelas”.

Exemplos Google Autocomplete, em inglês (Imagem: Divulgação / Google)
Exemplos Google Autocomplete, em inglês (Imagem: Divulgação / Google)

No entanto, isso é só o básico. Há mais coisas envolvidas quando se trata do que o Google chama de inappropriate predictions. É quando o autocomplete não atende.

“Também consideramos coisas como a linguagem do pesquisador (de quem pesquisa) ou de onde a pessoa está pesquisando, porque isso torna as previsões muito mais relevantes”.

Um outro exemplo que o Google deu foram as previsões para quem procura “exame de direção” (ou teste de condução) no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, em comparação com os resultados de busca em inglês que aparecem em Ontário, Canadá. 

Exemplos Google Autocomplete, em inglês (Imagem: Divulgação / Google)
Exemplos Google Autocomplete, em inglês (Imagem: Divulgação / Google)

As previsões diferem ao mostrar locais relevantes baseados na localização do usuário e na grafia correta de palavras que diferem do inglês americano. São detalhes, nada sutis.

O banco de dados que gere as previsões de busca do autocompletar é atualizado. Se o sistema detectar um interesse crescente em um tópico específico, pode decidir automaticamente e mostrar uma previsão de tendência, mesmo que não seja normalmente a mais comum de todas as previsões relacionadas já mostradas antes.

É possível, também, ver direcionamentos específicos de busca. Se alguém pesquisar “viagem para Nova York”, por exemplo, pode ver uma previsão de busca que sugere “viagem para Nova York no Natal”, porque é uma época popular para visitar a cidade. 

Em resumo, não são apenas palavras-chave

Parece simples mas, o preenchimento automático — ou as autocomplete predictions — é um recurso complexo e automatizado que economiza tempo e que não exibe simplesmente as consultas mais comuns sobre um determinado tópico, mas consultas relevantes, relacionadas com local, data da busca, termos em alta e histórico. 

“É também por isso que ele difere e não deve ser comparado ao Google Trends”, explica.

Para o usuário, as previsões de busca que aparecem na search box são uma maneira útil de terminar de completar algo que estava prestes a digitar mais rapidamente.

O outro lado da moeda

Como qualquer coisa na vida, as previsões do autocompletar não são perfeitas. O Google reconhece que existe o potencial de a plataforma mostrar termos de busca (search terms) “inesperados ou chocantes”. Além disso, também é possível que as pessoas interpretem as previsões de busca da ferramenta como fatos ou opiniões. 

“Lidamos com esses problemas potenciais de duas maneiras: em primeiro lugar, temos sistemas projetados para evitar o aparecimento de previsões potencialmente inúteis e que violem as políticas; em segundo lugar, se nossos sistemas automatizados não detectam previsões que violam nossas políticas, temos equipes de fiscalização [compostas por pessoas] que removem previsões de acordo com essas políticas”, explica Sullivan.

Que palavras inadequadas seriam essas? 

Tratam-se de termos e frases que podem ser violentos, sexualmente explícitos, odiosos, depreciativos ou perigosos de alguma forma. Entretanto, as pessoas ainda podem pesquisar esses tópicos usando essas palavras, não há nada que impeça essa conduta. 

O que ocorre é que o Google evita mostrá-las no Autocomplete para não chocar ou surpreender involuntariamente as pessoas com previsões que talvez não queiram ver.

Um pouco de história

O algoritmo de preenchimento automático foi lançado em 2016 e projetado para evitar a conclusão de pesquisas por nomes de pessoas com termos depreciativos. 

Na ocasião, Tamar Yehoshua, Product Management Director de Search no Google, deu algumas declarações sobre o assunto, também em um post no blog da gigante de buscas.

“Fizemos essa alteração há algum tempo, seguindo o feedback de que o preenchimento automático muitas vezes previa consultas ofensivas ou inadequadas sobre as pessoas. Este filtro opera de acordo com as mesmas regras, não importa quem seja a pessoa”, disse.

A empresa pontua que é importante ter em mente que as previsões do preenchimento automático “não são resultados de pesquisa e não limitam o que você pode pesquisar”. 

Sullivan voltou ao tema, no texto mais recente.

“As políticas de preenchimento automático se aplicam apenas a previsões. Elas não se aplicam aos resultados da pesquisa”, reforçou.

Um resumão: como funciona o Google Autocomplete

De onde vêm as previsões de busca do Google?

  • Termos de pesquisa que você digita;
  • Pesquisas relevantes que você fez no passado, se estiver conectado à sua Conta do Google (Google Account) e se a Atividade na Web e de apps estiver ativada;
  • Itens que outras pessoas estão pesquisando, incluindo as pesquisas em alta;

Como as previsões de busca são feitas?

As previsões de busca são geradas automaticamente por algoritmo sem qualquer envolvimento humano na sua geração baseado nos vários fatores que citamos acima.

E se eu não ver previsões de pesquisa?

Se nenhuma previsão de busca for exibida para um termo de pesquisa, isso significa, de acordo com o Google, que o algoritmo pode ter detectado quatro diferentes situações:

  1. o termo de pesquisa não é comum;
  2. o termo de pesquisa é muito novo;
  3. o termo de pesquisa é ofensivo ou foi associado a um nome;
  4. o termo de pesquisa viola as políticas do Google para pesquisas.

Posso desativar o Google Autocomplete?

Não é possível desativar as previsões de pesquisa do Google Autocomplete. Essas previsões são incorporadas ao algoritmo de pesquisa do Google. Você pode ignorá-las.

Posso desativar pesquisas em alta (tendências)?

Sim. Se você não quiser ver pesquisas em alta, pode alterar as configurações.

  1. Abra o app do Google;
  2. No canto inferior direito, toque em Mais;
  3. Depois, em Configurações e Geral;
  4. Desative “Preencher automaticamente com as pesquisas em alta”.

Posso desativar previsões e recomendações personalizadas?

Sim. Caso você tenha feito login na sua Conta Google e realizado pesquisas, também receberá previsões de busca e recomendações personalizadas de acordo com seus hábitos de usuário. Caso não queira recebê-las, desative a “Atividade na Web e de apps”.

  1. Visite a página Controles de Atividade
    em (myactivity.google.com/activitycontrols);
  2. Faça login na sua Conta Google;
  3. Ative ou desative a Atividade na Web e de apps.

Pronto, agora você já sabe como funciona o Google Autocomplete.

Boas pesquisas. 🔍

Com informações: Google 1, 2 e 3

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Melissa Cruz Cossetti

Melissa Cruz Cossetti

Ex-editora

Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.

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