O Twitter permite, através da sua API, que desenvolvedores criem os mais diversos aplicativos para a plataforma e dessa forma alguns deles conseguem ganhar uma boa grana com a venda de aplicativos. Ontem o Twitter anunciou mudanças nessa API que não foram exatamente muito bem recebidas pela comunidade de desenvolvedores. A nova API, que chega na versão 1.1, vai trazer uma série de restrições e limitações que os criadores de programas não curtiram muito.

Uma das limitações impostas pelo Twitter é a quantidade de usuários que um aplicativo pode ter. A partir de hoje todos os aplicativos criados poderão ter no máximo 100 mil usuários e quem quiser aumentar esse limite precisará pedir permissão do Twitter. Os atuais aplicativos que já ultrapassam esse limite poderão continuar como estão, mas o limite máximo de usuários deles será 200% do atual (ou seja, se um aplicativo dobrar sua base de usuários, precisará pedir permissão ao Twitter se quiser ter mais).

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Outra das restrições é voltada especificamente para desenvolvedores que tem acordos com operadoras e fabricantes de celular para pré-instalar seus aplicativos em dispositivos móveis. De acordo com as novas regras, esses programas precisarão passar pela certificação do Twitter se quiserem funcionar. A empresa faz isso para “certificar que [os aplicativos] oferecem a melhor experiência possível do Twitter”.

Fora essas duas principais, o Twitter também disse que as “Diretrizes de exibição”, que é uma série de sugestões de como um tweet pode ser mostrado de maneira ideal em um aplicativo, passam a ser “Requerimentos de exibição”. Todos os aplicativos precisam seguir essas regras ou terão seu acesso revogado.

Os objetivos das mudanças são bem explicados por Michael Sippey, gerente de produtos do Twitter. Sippey diz no anúncio oficial que as alterações são necessárias “para evitar o uso malicioso da API do Twitter” e “garantir que usuários tenham uma experiências consistente”. Ele também diz que “talvez haverão mudanças adicionais nas Regras para Desenvolvedores no futuro para refletir as mudanças de funções da API”.

Marco Arment, desenvolvedor do Instapaper, que usa o Twitter mas não é um aplicativo específico para esse fim, diz em seu blog que essas futuras mudanças podem estar relacionadas à exibição de anúncios. Ele aposta que haverá a requisição de “exibir todos os tweets de uma timeline e exibi-los de forma consistente” e isso poderá matar aplicativos com filtros ou mute.

A partir dessa quinta-feira (16), os desenvolvedores têm 6 meses para adaptar seus aplicativos para usarem a nova API, que agora está na versão 1.1. Os aplicativos que não forem atualizados deixarão de funcionar quando a API 1.0 for descontinuada, em março de 2013.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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