Ontem o governo iraniano declarou na TV que iria bloquear o acesso ao Google e ao Gmail, impedindo que os moradores do país usassem os serviços. O bloqueio é o primeiro passo de um plano com objetivo ainda mais assustador: retirar completamente o país da internet, criando uma rede apenas interna isolada do resto do mundo.

Segundo o ministro das comunicações e tecnologia, Ali Hakim-Javadi, agências do governo já começaram a se conectar na chamada “rede nacional da informação” e nos próximos meses os demais cidadãos deverão ser redirecionados a ela. O fim da transição deverá acontecer até março do ano que vem.

Irã: um país de fora da internet

O bloqueio, de acordo com a Reuters que cita fontes locais, foi motivado pelo vídeo anti-islâmico publicado no YouTube e que fez até a Casa Branca a se mexer. Essa também seria uma resposta ao Stuxnet, worm que infectou usinas nucleares iranianas e que, segundo o governo, seriam parte de um plano dos EUA e Israel.

Bloqueios a sites não é uma coisa que os iranianos estão desacostumados a enfrentar: o acesso ao YouTube e Facebook já foi bloqueado há algum tempo, junto com sites que publicam opiniões contrárias às do governo. Ainda assim, alguns cidadãos se arriscam usando VPNs para driblar o bloqueio. O problema é que se o Irã for desconectado da internet por completo, não há VPN capaz de dar acesso ao resto da web.

Se o bloqueio for efetuado, o Irã não será o primeiro país no mundo a sair da internet. No passado, moradores de países como o Egito, Síria e Argélia já tiveram o seu acesso à internet bloqueado total ou parcialmente. Mas o caso do Irã seria o primeiro bloqueio permanente.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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