A Amazon quer entregar suas compras de um jeito muito louco

Companhia anuncia programa de entrega com drones voando pelos céus

Thássius Veloso
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• Atualizado há 6 dias

Num futuro próximo, pode ser que você faça compras pela internet e apareça a opção de entrega por via aérea. Avião? Não exatamente: pode ser também que as encomendas cheguem até a sua casa por meio de drones trafegando pelos céus da cidade. Essa é a mais nova – e louca – proposta da Amazon. Eles anunciaram na noite de domingo uma iniciativa chamada Prime Air que permitirá aplicar o uso dos drones para mais essa atividade do cotidiano humano.

Dá só uma olhada no vídeo abaixo. Ele mostra o funcionamento de um drone para realizar entregas.

A Amazon diz que 86% de todas as encomendas feitas no site têm menos que 2,2 kg. Esse é o limite no qual os drones com oito hélices (octópteros, no termo técnico) operam sem problemas, e por isso mesmo a empresa está tão empolgada com a novidade. Outra promessa da companhia é de que as entregas poderiam levar somente 30 minutos. Exatamente: você clica no botão de comprar, confirma o pagamento, e meia hora depois o produto está na sua casa. Mas esse prazo só valeria para endereços a até 16 quilômetros de distância dos centos de distribuição da companhia.

Só falta uma coisa: a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos concluir a regulamentação para o uso de aeronaves não tripuladas com essa finalidade. Pelas contas da Amazon, e considerando o melhor cenário possível, pode ser que o Prime Air se torne uma realidade em 2015. Ou seja, daqui a pouco mais de um ano.

Drone da Amazon no ar
Drone da Amazon no ar

O anúncio foi feito pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos, durante o programa jornalístico 60 Minutes, da CBS. “Eu sei que isso se parece com ficção científica”, ele disse. Entretanto, a companhia jura que é realidade. Bezos acrescentou que ainda serão necessários anos de trabalho adicional para ter uma tecnologia absolutamente confiável de entregas por meio de drones.

A parte mais difícil é fazer tudo funcionar sem apresentar problemas. “Olha só, esse negócio não pode pousar na cabeça de alguém enquanto está passeando pela vizinhança… Isso não seria nada bom”, disse o executivo. Por isso mesmo a equipe de pesquisa e desenvolvimento do laboratório da Amazon precisará trabalhar ainda mais na redundância dos sistemas, para garantir a credibilidade e a confiança dos octópteros entregadores.

Segundo Bezos, algum dia será normal ver os drones da Amazon pelos céus assim como nós vemos atualmente os caminhões de entregas andando pelas ruas. Será?

Vale observar duas coisas. A primeira é que a regulamentação sobre drones varia de país para país. Aqui mesmo, no Brasil, ainda não há nada conclusivo a respeito do assunto. Algumas aeronaves não tripuladas são usadas para fins de vigilância territorial, controle de agricultura e também para Jornalismo, mas não conheço nenhuma aplicação mais comercial do recurso. Portanto, o Prime Air poderia se restringir aos Estados Unidos, onde a Amazon tem força para fazer lobby e ganhar a questão.

A segunda coisa: repare em como o drone do vídeo entrega o produto em uma propriedade rural, sem nenhum aparente obstáculo entre o armazém e o destinatário. A Amazon ainda não explicou como planeja fazer os drones percorrerem trajetos mais complicados, como em grandes cidades. Você consegue imaginar a aeronave não tripulada fazendo uma entrega no 46º andar de um arranha-céu de Nova York? Ou no sobrado de uma favela no Rio de Janeiro? Bem mais complicado.

Drone da Amazon no chão
Drone da Amazon no chão

Enfim, essa é a promessa da Amazon. Não é por acaso que o Jeff Bezos é visto como um cara muito, muito visionário – e meio louco também.

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Thássius Veloso

Editor

Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia e editor do Tecnoblog. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Também atua como comentarista da GloboNews, palestrante, mediador e apresentador de eventos. Tem passagem pela CBN e pelo TechTudo. Já apareceu no Jornal Nacional, da TV Globo, e publicou artigos na Galileu e no jornal O Globo. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se.

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