2013 foi o ano de várias coisas, entre elas a Bitcoin. A moeda virtual criptografada existe há mais tempo, mas foi em 2013 que ela foi parar em manchetes em todo o mundo e se tornou mais conhecida – tanto que sofreu uma valorização absurda: no primeiro dia do ano, uma Bitcoin valia US$ 13,50; no começo de dezembro, passou os US$ 1.200.

Mas a Bitcoin não é a única de seu tipo: a mais conhecida talvez seja a Litecoin, que também tem crescido em importância e valor no mercado das moedas não-regulamentadas e criptografadas. E, no começo de dezembro, uma outra foi criada e não para de ganhar novos adeptos: a Dogecoin.

dogecoin

O nome parece familiar? É porque foi inspirado em um meme, o Doge, esse Shiba Inu que fala em Comic Sans colorido e tudo errado.

A Dogecoin foi criada numa parceria entre dois caras  e começou no final de novembro. Um deles é Jackson Palmer, que trabalha no marketing da Adobe na Austrália e teve a ideia (foi meio que uma piada, na verdade) de criar uma moeda com o rosto do cão. O outro é Billy Markus, que estava trabalhando no código da Bitcoin para desenvolver uma nova moeda quando encontrou a ideia de Palmer.

A nova moeda ganhou popularidade no Reddit (assim como o meme) e é nas páginas do fórum que residem as principais trocas de informações sobre seu funcionamento.

Algumas das principais diferenças da Dogecoin em relação à Bitcoin são seu tempo de mineração bem mais curto e o total de moedas que serão fabricadas – um bilhão, contra 21 milhões da Bitcoin. Também é possível minerar Dogecoins sem precisar torrar o processador da sua máquina, já que as equações são mais simples e podem até ser resolvidas pelo browser.

Por conta de sua facilidade de mineração, do carisma do Shiba Inu e da prática de tipping virtual (semelhante a dar uma gorjeta por algo legal que alguém fez), a Dogecoin chegou a ter valorização de 250%. Lembrando: ela existe há cerca de um mês. Seu valor atual é de cerca de 0,000554 dólares.

Very robbery. Wow

No dia 25 de dezembro, um dos investidores da Dogecoin ganhou um presentão de grego de Natal: sua carteira virtual, hospedada no Dogewallet, foi hackeada. Cerca de um milhão de Dogecoins foram roubadas. Ele pediu ajuda no fórum oficial para encontrar o ladrão e várias outras pessoas disseram ter passado pelo mesmo, com quantidades menores, porém todas apontando para o mesmo endereço de envio/recebimento. O resultado do hack: 30 milhões de Dogecoins sumiram, o equivalente a cerca de 12 mil dólares.

Algo similar aconteceu com a Bitcoin em novembro, quando um site que oferecia carteiras virtuais também foi hackeado e o equivalente a milhões de dólares simplesmente sumiu. Como as transações não são rastreáveis, não houve nada que se pudesse fazer.

Surgiu uma teoria de que seria um golpe da Dogewallet e não um hack – algo plausível se tratando de uma moeda que tem um meme como garoto-propaganda, não? Mas parece que mais de um serviço de carteira virtual foi hackeado e a versão oficial ainda é de que o que aconteceu foi mesmo uma falha de segurança, que permitiu a alguém ou um grupo manipular os envios e recebimentos de Dogecoins.

Tanto que foi prometido que as perdas serão ressarcidas. Em todo caso, também foi iniciada uma campanha para arrecadar Dogecoins na comunidade e enviá-las a quem foi roubado, caso o ressarcimento “oficial” não ocorra. O site foi tirado do ar e a equipe disse que, verificando os logs, descobriu diversas tentativas de invadir o sistema. O Dogewallet irá voltar em breve, com os protocolos de segurança melhorados. Até lá, a dica para quem já investiu ou pretende aproveitar a baixa para investir nas Dogecoins, é utilizar carteiras offline para armazenar grandes quantidades de Dogecoin, já que elas são bem mais seguras.

Com informações: Buzzfeed, IBTimes

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Giovana Penatti

Giovana Penatti

Ex-editora

Giovana Penatti é jornalista formada pela Unesp e foi editora no Tecnoblog entre 2013 e 2014. Escreveu sobre inovação, produtos, crowdfunding e cobriu eventos nacionais e internacionais. Em 2009, foi vencedora do prêmio Rumos do Jornalismo Cultural, do Itaú. É especialista em marketing de conteúdo e comunicação corporativa.

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