As consultorias de mercado publicam periodicamente relatórios de vendas de determinados segmentos da indústria, mas os dados completos quase sempre ficam restritos às fabricantes, especialmente no Brasil, por questões contratuais — é por isso que a IDC, por exemplo, divulga a porcentagem de vendas de Androids no país, mas nunca de iOS e Windows Phone.

Isso também acontece com o mercado de notebooks. Nós sabemos que a Lenovo é a maior fabricante de PCs do mundo. Mas e no Brasil? Segundo a consultoria ITData, a empresa que mais vendeu portáteis no último trimestre de 2014, no mercado brasileiro, foi a Positivo, com mais de 300 mil máquinas, quase um quinto do total de notebooks comercializados no período.

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A Asus realizou um evento para a imprensa no último domingo (19) com o objetivo de apresentar sua nova linha de notebooks com Windows 10 e acabou divulgando os dados — por sinal, bem interessantes. Esta é a lista das maiores fabricantes de notebooks no Brasil, de acordo com o número de vendas entre outubro e dezembro de 2014:

  1. Positivo: 304.240 unidades (18,7%)
  2. Dell: 281.680 unidades (17,3%)
  3. Lenovo: 238.229 unidades (14,7%)
  4. Acer: 233.025 unidades (14,3%)
  5. Samsung: 170.718 unidades (10,5%)
  6. Asus: 155.750 unidades (9,6%)
  7. HP: 153.650 unidades (9,5%)
  8. Semp Toshiba: 32.448 unidades (2,0%)
  9. LG: 10.175 unidades (0,6%)
  10. Apple: 8.980 unidades (0,6%)

Juntas, as fabricantes menores venderam 35.219 notebooks, o equivalente a 2,2% do mercado. Nesses 90 dias, foram comercializados 1,6 milhão de computadores, segundo a consultoria.

No mundo, segundo a IDC, estas foram as cinco maiores fabricantes de PCs (incluindo desktops e notebooks) no quarto trimestre de 2014:

  1. Lenovo: 16,049 milhões de unidades (19,9%)
  2. HP: 15,88 milhões de unidades (19,7%)
  3. Dell: 10,879 milhões de unidades (13,5%)
  4. Acer: 6,22 milhões de unidades (7,7%)
  5. Apple: 5,75 milhões de unidades (7,1%)

    O resto: 25,994 milhões de unidades (32,2%)

O mercado brasileiro

A Dell foi uma das empresas que mais cresceu, devido a uma mudança de estratégia: a fabricante investiu em notebooks intermediários com preços mais agressivos e fortaleceu a presença no varejo. Do terceiro para o quarto trimestre, a fatia das vendas no varejo pulou de 40% para 66%, enquanto as vendas diretas ao público (na loja online da marca, por exemplo) diminuíram de 45% para 25% dentro da Dell.

Em relação ao mesmo período de 2013, as vendas da líder Positivo aumentaram 11%. A fabricante brasileira conseguiu elevar sua fatia de mercado por causa do espaço deixado pela Lenovo (que também é dona da CCE) no segmento de notebooks de baixíssimo custo.

Também é curioso ver o posicionamento de cada empresa. A Dell é claramente uma fabricante focada em segmentos mais altos: em dezembro de 2014, o preço médio dos notebooks vendidos pela empresa foi de R$ 2.057, bem acima das concorrentes — a segunda é a HP, com média de R$ 1.670. Na outra ponta da tabela estão Positivo e CCE, com valores médios abaixo dos mil reais.

Este é o gráfico dos preços médios dos notebooks entre novembro de 2013 e dezembro de 2014 (a Apple não está no gráfico, provavelmente para não quebrá-lo):

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As previsões para o crescimento de PCs são bastante negativas; as estimativas dão conta de que os desktops terão queda de 21% em 2015, enquanto os notebooks venderão 16% menos em relação ao ano passado. Mas, segundo Jorge Moncau, gerente de produto da Asus, ainda há bastante espaço no mercado de PCs — a penetração de computadores no Brasil é de apenas 49,5%, contra 86% dos celulares e 97% das TVs.

Paulo Higa viajou no Splendour of the Seas a convite da Asus.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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