99TOP é o serviço do 99Taxis para oferecer táxis de luxo

Jean Prado
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• Atualizado há 1 semana
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O 99Taxis anunciou nesta quinta-feira (26) o 99TOP, serviço de alto padrão para atender à demanda da categoria de Táxi Preto, criada pelo prefeito de São Paulo Fernando Haddad no decreto 56.489/2015. A medida foi estabelecida em meio à polêmica do Uber e obriga que os táxis da categoria funcionem somente por aplicativo.

O 99TOP, como define a empresa, é a “opção premium da 99”. Com o novo serviço, foi elevado “o padrão do atendimento prestado dentro de um táxi, dando a possibilidade de escolha aos passageiros mais exigentes”, segundo Pedro Somma, diretor de operações da 99.

Para utilizar o serviço, bastará ter o aplicativo 99Taxis instalado e tocar na opção 99TOP. Os motoristas que trabalharem na nova categoria vão passar por um treinamento desenvolvido pela 99, que garante “uma boa qualidade de trabalho” para os motoristas e um “atendimento de alto padrão” para os passageiros. É mais ou menos como o Uber seleciona os motoristas.

Apesar do decreto do Táxi Preto só valer para a cidade de São Paulo, a 99 pretende expandir o 99TOP também para o Rio de Janeiro. Para os cariocas, no entanto, o serviço irá operar com a categoria dos táxis executivos. Taxistas interessados devem consultar se estão elegíveis para o serviço aqui.

Os modelos dos carros aceitos se parecem com os que o UberBlack aceita, incluindo carros como o Toyota Corolla, Hyundai ix35, Renault Fluence, Honda Civic, BMW Série 5 e Audi A4. Também há uma campanha de indicação no Rio: se você indicar um taxista luxo e ele fizer a primeira corrida, você ganha R$ 50 e o taxista R$ 100.

Nas duas cidades, há a obrigação do taxista usar roupa social o tempo todo em que estiver trabalhando. A expectativa é que o 99TOP passe a funcionar a partir de janeiro de 2016.

Como funciona o Táxi Preto em São Paulo

Na cidade de São Paulo, o 99TOP vai funcionar de acordo com a categoria de Táxi Preto, mas o que exatamente ela tem de diferente do táxi comum? A maior diferença é o controle obrigatório por aplicativo, que deve disponibilizar, antes do início da corrida, a estimativa do valor final.

O taxista que operar nessa categoria também deve aceitar pagamento por cartões de crédito e débito, além de utilizar Waze ou GPS para acompanhar o tráfego e o trajeto em tempo real. O aplicativo deve oferecer a avaliação do taxista pelos usuários e identificar o motorista para o passageiro.

As especificações do veículo lembram por cima os requisitos do Uber, mas diferem em alguns aspectos. O Táxi Preto precisa ter idade máxima de cinco anos, cor preta, capacidade de até sete passageiros, ar condicionado de fábrica e número mínimo de quatro portas.

Para manter a qualidade da categoria, a Prefeitura de São Paulo exige que o carro seja um sedan, SUV ou um station wagon, tenha potência mínima de 115 cavalos, freios ABS e entre-eixos mínimo de 2,6 metros.

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A regulamentação também traz algumas restrições. O Táxi Preto não poderá circular pelos corredores de ônibus como acontece com o táxi comum, além de precisar rodar com a placa vermelha; taxistas serão obrigados a pagar uma taxa mensal por uma licença especial, fora o alvará. O preço das corridas será definido pelos próprios serviços, não podendo ficar acima de 25% do táxi comum.

Estimulando os taxistas a aderirem ao novo serviço, o site da Secretaria Municipal de Transportes está sorteando 5 mil alvarás. Todos os candidatos devem ter cadastro válido para atuar como taxista e não devem ter outros alvarás. Mulheres e taxistas que trabalham como segundo motorista e possuem cadastro na prefeitura terão preferência, segundo o decreto.

Vale lembrar que, apesar dessa regulamentação, o Uber não foi liberado. O projeto de lei 349/2014, que proíbe o funcionamento do serviço, continua valendo ― motoristas que são cadastrados no aplicativo devem ter alvará para rodar na cidade de São Paulo.

Além de precisar da homologação, nem todo carro do Uber consegue se encaixar na categoria de Táxi Preto. Alguns da modalidade UberBlack, apesar do nome, são prata, cinza escuro ou azul escuro e o UberX aceita veículos de qualquer cor. Também são aceitos veículos com até sete anos de funcionamento, enquanto o Táxi Preto limita a apenas cinco.

O Uber continua operando em São Paulo, com a justificativa de que presta serviço de transporte individual privado. Ontem mesmo a empresa anunciou uma promoção para as festas de fim de ano. Na segunda-feira (23), o Uber publicou uma nota sobre a investigação do Cade sobre os taxistas.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

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