Olá, meu nome é Matheus e eu estou há três horas sem jogar nenhum jogo do NES. Mentira, duas. Isso porque, assim como nossos pais faziam quando éramos crianças, o dever chama.

Alguns de vocês devem saber que eu consegui comprar um Nintendinho-inho na data do lançamento, depois de uma fila pelas poucas unidades disponibilizadas pela Nintendo para as lojas de games dos Estados Unidos.

Inclusive eu cheguei a comentar sobre isso no vídeo do unboxing que eu fiz, assistam:

Como dito pelo amigo Higa, essa miniatura do NES tem um hardware de baixíssimo custo, mas que dá conta do trabalho de rodar os jogos com folga.

Primeiros passos

Assim que você liga o console, um sistema pede para escolher um dos vários idiomas disponíveis, incluindo português de Portugal. Além disso, nas configurações é possível escolher entre três modos diferentes de vídeo:

  • Filtro CRT: para simular TVs antigas com oscilação de linhas horizontais.
  • 4:3: usando uma proporção mais esticada para aproveitar o tamanho da tela.
  • Pixel Perfeito: para exibir a tela do jogo numa proporção parecida com a da imagem original.

Lembrando que o tamanho original da imagem no NES era de 256×240 pixels, algo quase quadrado. No modo Pixel Perfeito, a imagem será bem maior que essas dimensões, mas também ainda bem quadrada.

tecnoblog_nesmini-tela-modos

Ah, liguei o cabo de força na porta USB da minha TV e o videogame funcionou perfeitamente. Ou seja, você não precisa ligá-lo à tomada com o adaptador que vem na caixa.

Assim que você chega ao menu principal do console, logo de cara uma das coisas mais legais que percebemos é a música. Trata-se de um chiptune muito bem elaborado para não ficar enjoativo, já que ele se repete com certa frequência.

Aliás, aperte o play abaixo e continue lendo o post:

O menu do Nintendinho-inho foi feito com extremo cuidado para ser simples e funcional. Você tem acesso aos jogos que mostram sua capa original, os saves internos (Suspended Points) e para quantos jogadores aquele título foi feito.

tecnoblog_nes_classic_menu_games

Ah: caso você fique muito tempo sem mexer no controle, o aparelho aciona um protetor de tela que tem umas animações bem saudosistas.

Toad, então dá pra salvar os jogos?!

Sim! Há a possibilidade de pausar seus jogos e mantê-los salvos (ou suspensos) em até quatro blocos de memória para cada jogo. Esses blocos podem ser travados para não serem apagados. Assim, no futuro, basta voltar ao lugar onde você estava e continuar jogando.

Eles ficam salvos assim:

tecnoblog_nes_classic_menu
tecnoblog_nes_classic_edition_suspended_points

Primeiras impressões

Bom, como era de se esperar, o NES Classic Edition é uma verdadeira viagem no tempo, que te leva aos primórdios de sua infância, com gráficos e som retrô.

Do ponto de vista técnico, sendo bem racional e direto, está tudo dentro dos conformes: tanto vídeo quanto áudio estão bem próximos do que eram originalmente, mas melhorados, mais limpos e com maior definição. Sem perder a alma de jogo antigo, claro. Isso inclui a emulação de glitches como os slowdowns em MEGAMAN, ou flicker de texturas em Ninja Gaiden.

Com a ajuda de um extensor de cabo, consegui me sentar confortavelmente no sofá, com uma caneca de chocolate quente e as persianas fechadas deixando a sala mais escura. E assim me coloquei a jogar clássicos como Super Mario 1, 2 e 3, The Legend of Zelda, Donkey Kong, FINAL FANTASY, MEGA MAN, Double Dragon e tantos outros entre os 30 jogos que estão na memória.

tecnoblog_nes_classic_gamelist

A frase que eu mais vi durante os dois primeiros dias não foi nada animadora: Game Over! Isso porque os jogos antigos eram bem mais difíceis que os atuais e o meu cérebro não estava mais acostumado. Nem os movimentos dos dedos. Mas no terceiro dia todas aquelas lembranças e habilidades foram voltando e eu fui conseguindo avançar nos jogos.

Daí pra frente foi pura diversão.

Pontos negativos:

  • Cabo do controle é muito curto; precisei comprar um extensor.
  • Não existe nenhuma maneira de comprar ou adicionar outros jogos.
  • Não existe suporte para acessórios originais do NES nem cartuchos.
  • Não dá para assoprar a fita.
  • Já tá fora de estoque em quase todas as lojas.

Pontos positivos:

  • Puro saudosismo, do design do aparelho à sensação que temos ao jogar.
  • Ótimo catálogo de jogos, com os principais clássicos da plataforma.
  • Preço excelente.
  • Pode ser alimentado diretamente porta pela USB da TV.
  • Excelente emulação dos jogos.

Quem deve comprar?

Há quem argumente que vale muito mais a pena montar um NES Mini com Raspberry Pi num invólucro impresso em 3D. Daria para colocar milhares de jogos e ainda é um projeto bem geek de se fazer. E eu concordo. Se você tem esse interesse por eletrônica e quer montar um emulador em casa, vá em frente.

Caso você não seja desse perfil, ou prefira um produto oficial, com a estética pensada pela Nintendo e com esse sistema que a empresa fez, entendo que por US$ 60,00 (nos Estados Unidos) trata-se de uma excelente opção de presente de Natal, principalmente para jogadores saudosistas. Mas tenha em mente que esse fator da dificuldade pode afastar jogadores mais novos ou impacientes.

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Para quem quiser uma ajuda, recomendo a leitura do Playing With Power: Nintendo NES Classics que tem várias dicas legais. Infelizmente eu não consegui achar em português.

Outra coisa chata é que ainda não há data de lançamento no Brasil, nem valor aproximado. Mas eu espero que seja logo e que seja num valor acessível para brasileiros também. Não muito mais caro que um jogo para console, por exemplo. Se for assim, tem tudo pra fazer muito sucesso no mundo todo, vamos torcer.

Agora, se vocês me dão licença, eu tenho uma princesa a salvar. Here we go!!

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Matheus Gonçalves

Matheus Gonçalves

Ex-redator

Matheus Gonçalves é formado em Ciências da Computação pelo Centro Universitário FEI. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia e especialização em usabilidade e game development, atuou no Tecnoblog entre 2015 e 2017 abordando assuntos relacionados à sua área. Passou por empresas como Itaú, Bradesco, Amazon Web Services e Salesforce. É criador da Start Game App e podcaster do Toad Cast.

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