Mate 9, Nova e Mate 9 Lite: os smartphones da Huawei para a América Latina

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana

Direto de Las Vegas — A chinesa Huawei anda meio sumida do Brasil, tendo lançado seu último smartphone no país em dezembro de 2014, o topo de linha Huawei P7. Mas a empresa revelou novos smartphones para a América Latina — e tem planos para lançá-los no mercado brasileiro. As novidades são o Mate 9, um gigante de 5,9 polegadas com o melhor processador da empresa, e os intermediários Nova e Mate 9 Lite.

São smartphones que fazem parte de uma estratégia agressiva da Huawei para tentar se tornar a maior fabricante de smartphones do mundo em quatro anos. Atualmente, a empresa está crescendo principalmente em mercados como a América Latina e já ocupa a terceira posição global. Eu fui conhecer os aparelhos de perto. Será que eles agradam?

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Huawei Mate 9

A grande estrela da Huawei é o Mate 9, um monstrinho de 5,9 polegadas com resolução de 1920×1080 pixels que tenta competir com o iPhone 7 Plus e o Galaxy S7 Edge, entregando hardware potente, design de metal e um sistema de câmeras duplas desenvolvido em parceria com a Leica.

O Mate 9 traz um chip próprio da Huawei, o Kirin 960, com quatro núcleos de alto desempenho Cortex-A73 de 2,4 GHz e quatro núcleos Cortex-A53 de 1,8 GHz. Nos benchamrks, como o Geekbench 4, ele chega a ser melhor que o Snapdragon 821 e o Exynos 8890, os dois melhores chips disponíveis para Android no momento. A CPU trabalha em conjunto com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno.

Ele traz algumas otimizações de software para tentar melhorar o desempenho: a promessa dos chineses é que a performance se mantenha depois de 18 meses de uso. A Huawei desenvolveu um algoritmo de aprendizagem de máquina que tenta prever o que você vai fazer no smartphone e já antecipa o processamento para que tudo esteja pronto quando você der o comando.

O software, baseado na Emotion UI (EMUI) 5.0, é basicamente uma tentativa de copiar o iOS. No conjunto padrão de ícones, na organização das telas iniciais, na ausência de uma bandeja de aplicativos, no esquema de cores e até na tela de multitarefa, a inspiração é bem clara — e bem mais forte que na MIUI, por exemplo, que já chega a ter uma identidade mais própria.

Duas câmeras traseiras estão no Mate 9, mas não para fazer zoom óptico como no Zenfone 3 Zoom ou no iPhone 7 Plus. A ideia é melhorar a qualidade da foto, por meio da junção de imagens geradas pelo sensor colorido de 12 megapixels e pelo sensor preto e branco de 20 megapixels (que não captura cores, mas é melhor para capturar as variações de iluminação).

Segundo a Huawei, ao juntar as fotos tiradas pelos dois sensores, o resultado é uma imagem com menos ruído e maior contraste, pelo menos na teoria. Ele começou a ser vendido nos últimos dias em alguns países, como os Estados Unidos, e os reviews têm dito que a câmera é boa, mas não tanto quanto a de um Galaxy S7 ou de um Google Pixel.

Pra dar conta do processador potente e da tela gigante, a Huawei colocou uma bateria de 4.000 mAh, com direito a uma tecnologia de carregamento rápido própria da Huawei, o Super Charge, que leva a bateria de zero a 60% em meia hora. Como a estimativa é que a autonomia seja de dois dias, isso significa que seria possível ter um dia inteiro de bateria com apenas vinte ou trinta minutos na tomada.

O Mate 9 é um smartphone bem caro. Ele não tem data de lançamento no Brasil e muito menos preço definido, mas a estimativa da empresa é que ele custaria 4.299 reais, o mesmo preço do Galaxy S7 Edge na época do lançamento.

Huawei Nova

A Huawei não tem um smartphone de entrada em sua linha de produtos, mas tenta competir num segmento mais acessível (ou menos caro) com o Huawei Nova. Se for lançado no Brasil, ele teria o preço famoso de lançamento de 1.499 reais, um valor até competitivo, já que o hardware do Nova é comum em smartphones na faixa dos 1.600 ou 1.700 reais.

Estamos falando de um smartphone com processador octa-core Snapdragon 625, 3 GB de RAM, 32 GB de armazenamento interno, tela IPS LCD de 5 polegadas (1920×1080 pixels) e bateria de 3.020 mAh.

O design é agradável porque é basicamente um Nexus 6P em miniatura. A faixa preta na região da câmera traseira, o leitor de impressões digitais em formato circular, as curvas nas laterais; tudo lembra bastante o smartphone feito em parceria com o Google. Mas ele é um Nexus 6P mais “livre”, já que possui entrada para microSD e até rádio FM, duas características que nenhum Nexus teve.

Seria um smartphone interessante para marcar um recomeço da Huawei no Brasil.

Huawei Mate 9 Lite

Um smartphone para mercados emergentes é o Mate 9 Lite, que herda o sistema de câmeras duplas do irmão maior, mas com sensores mais simples e uma tela menor, de 5,5 polegadas.

O Mate 9 Lite traz um sensor colorido de 12 megapixels e um sensor de profundidade de 2 megapixels. Segundo a Huawei, esse sistema permite que você tire fotos com efeito bokeh, aquele que desfoca o fundo para dar mais destaque a um objeto. É como o modo retrato do iPhone 7 Plus, mas em um aparelho muito mais acessível, na faixa dos 250 a 300 dólares.

Por esse preço, estamos falando de um smartphone com 3 GB de RAM, processador Kirin 655, que seria um equivalente ao Snapdragon 625, 3 GB de RAM, 32 GB de armazenamento interno e bateria de 3.340 mAh. É uma espécie de Huawei Nova melhorado, com mais bateria e um preço mais alto, especialmente devido ao sistema de câmeras duplas, que cria um diferencial entre os concorrentes.

A Huawei vai lançar o Mate 9 Lite em vários países da América Latina, mas ainda não informou nenhuma previsão para o mercado brasileiro.

Paulo Higa viajou para Las Vegas a convite da Huawei.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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