Pesquisadores de aprendizado de máquina estão desenvolvendo inteligências artificiais capazes de criar outras IAs de modo melhor e mais avançado do que as criadas por humanos. Ou seja: a Skynet está realmente cada vez mais próxima. Ou quase isso.

É o que diz um artigo publicado no MIT Technology Review nesta semana. De acordo com o texto, pesquisadores do Google Brain, divisão da gigante de buscas que trabalha com desenvolvimento de inteligência artificial, fizeram um software que criou um sistema de aprendizado que, ao ser testado contra uma plataforma que avalia a capacidade de processamento de linguagem, demonstrou ser superior a qualquer sistema criado diretamente por humanos.

Outros grupos de pesquisadores também apresentaram, nos últimos meses, progressos significativos nessa mesma área: fazer softwares de aprendizado de máquina desenvolverem outros softwares de aprendizado de máquina. Cientistas de lugares como o próprio MIT, Universidade da Califórnia, Berkeley e da DeepMind, outra companhia de pesquisa em IA do Google, estão trabalhando ativamente em projetos semelhantes.

Mas se os próprios programas de inteligência artificial estão criando outros programas de IA, como ficam os empregos dos desenvolvedores destes mesmos softwares? De acordo com Jeff Dean, líder das pesquisas do Google Brain na área, no futuro esse tipo de tecnologia realmente poderá substituir esses trabalhadores, mas com pelo menos um efeito positivo: eles estariam livres para trabalhar em funções mais importantes do que em tarefas mais comuns e laboriosas, como treinar os sistemas de inteligência com grandes volumes de dados. Atualmente, apesar do interesse das empresas e dos grandes investimentos na área, a mão de obra especializada ainda é escassa (e cara).

Mas, por enquanto, essa situação ainda está longe de tornar-se realidade. Por estar nos estágios iniciais de desenvolvimento, a automatização do aprendizado de máquina exige enorme poder de processamento. No teste do Google Brain, por exemplo, foram necessários 800 processadores gráficos trabalhando em conjunto — o que também torna esse tipo de pesquisa extremamente cara.

No entanto, especialistas estão otimistas com os avanços das pesquisas. Conforme a tecnologia for se tornando mais prática, ela poderá acelerar o tempo de desenvolvimento de novos produtos que incluem inteligência artificial.

Para o pesquisador do MIT Otkrist Gupta, esse é um investimento que vale a pena. “Aliviar a carga [de trabalho] sobre os cientistas de dados é uma grande recompensa”, disse em entrevista ao MIT Technology Review. “Isso pode torná-los mais produtivos, criar modelos melhores, e torná-los livres para explorar ideias de alto nível”.

Mas será que a humanidade vai conseguir acompanhar e se adaptar aos impactos e transformações que essas tecnologias certamente causarão na sociedade (ou, pelo menos, antes de a Skynet dominar o mundo)?

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Diego Melo

Diego Melo

Ex-redator

Diego Melo é jornalista e cursa Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Escreve sobre tecnologia desde 2011, fez parte da equipe do Tecnoblog entre 2016 e 2022, produzindo pautas sobre programação, guias e tutoriais de programas. Hoje é desenvolvedor full-stack e trabalha diariamente com tecnologias como JavaScript (Vue.js), PHP (Laravel) e SQL (MySQL).

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