Nubank

Se você não possui um cartão de crédito Nubank, provavelmente conhece alguém que o tem. Pudera: a fintech tem quase um milhão de cartões ativos. Esse sucesso só não trouxe lucro. Somente em 2016, a companhia amargou prejuízo de R$ 122,3 milhões. Mas a própria faz questão de avisar que essa não é, necessariamente, uma notícia ruim. São as dores do crescimento, digamos assim.

Em 2015, o prejuízo foi de R$ 32,7 milhões. Houve aumento de 273% em relação a esse período, portanto. Em balanço divulgado na semana passada (PDF), a companhia explica que a necessidade de crescimento acelerado a fez aceitar uma elevação tão grande no prejuízo.

É uma questão de não deixar o momento certo de crescer escapar, do contrário, os serviços da empresa podem se tornar menos atraentes ou, eventualmente, ser superados por rivais.

Boa parte dos gastos foi com pessoal: R$ 56,5 milhões (aumento de 215% em relação a 2015). As despesas administrativas ficaram em R$ 37,9 milhões (293% de aumento). Já os custos dos serviços prestados fecharam em R$ 89 milhões (aumento de 341%).

No total, o prejuízo operacional chegou a R$ 214 milhões em 2016. Em contrapartida, a empresa teve receita operacional de R$ 77,1 milhões no mesmo ano, contra R$ 10 milhões registrados em 2015 (aumento de 644%). Ou seja, a arrecadação também aumentou. A diferença entre todas as despesas e as receitas fez o prejuízo ficar em R$ 122,3 milhões.

Ao Valor Econômico, Gabriel Silva, diretor financeiro do Nubank, explicou que o lucro deve demorar um pouco para vir. O foco da empresa, por ora, está mesmo no crescimento acelerado. É uma estratégia adotada por várias startups: crescer expressivamente e depois se preocupar com as receitas.

Segundo o executivo, o Nubank tem custo baixo de aquisição de clientes, em contrapartida, há despesas com fabricação e envio de cartões. Some esses com outros fatores, como investimento em tecnologia e financiamento de operações com rotativo, e fica fácil entender o porquê de um prejuízo tão alto.

Mas a empresa tem cerca de R$ 500 milhões para bancar as suas operações, dinheiro que veio principalmente de fundos de investimentos. Ao revelar esse montante, o Nubank sinaliza que não há motivo para preocupações — pelo menos por enquanto não há.

O crescimento almejado pela empresa não se concentra apenas na aquisição de clientes. Ainda ao Valor, Silva confirmou que o Nubank deu entrada em um pedido de abertura de uma financeira. Essa estratégia deverá dar mais liberdade para a companhia lançar novos produtos.

Com informações: StartSe

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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