Ainda há esperança: usuários afetados pelo WannaCry poderão recuperar seus arquivos sem pagar o resgate de US$ 300 a 600 em bitcoins. O pesquisador de segurança Adrien Guinet estudou a forma como o ransomware gera a chave de criptografia e criou uma ferramenta para desbloquear os dados. Ela foi aprimorada para funcionar inclusive em versões mais recentes do Windows, como o Windows 7.

O WannaCry se baseia em dois números primos para gerar as chaves de criptografia. Depois que os arquivos são sequestrados, a chave privada é excluída para evitar que o próprio usuário consiga descriptografar seus dados. No entanto, Guinet descobriu que o WannaCry não limpa os números primos da RAM. A ferramenta, então, consegue recuperá-los e fazer os cálculos para voltar com os arquivos originais.

Outro pesquisador de segurança, chamado Benjamin Delpy, criou nesta sexta-feira (19) o Wanakiwi, que é baseado na ferramenta de Guinet, mas simplifica o processo. Ele encontra os números primos automaticamente, descriptografa os dados e cria arquivos compatíveis com o ransomware, que também evitam que o WannaCry entre em atividade novamente na máquina.Como os números primos utilizados na criptografia ficam armazenados temporariamente na RAM, é importante que o computador não seja reiniciado depois de infectado, caso contrário, o Wanakiwi não funciona. Ainda não há um método conhecido para descriptografar arquivos em máquinas reinicializadas sem pagar o resgate exigido pelos criminosos.

Você pode baixar o Wanakiwi gratuitamente no GitHub. A ferramenta funciona por meio do Prompt de comando e já foi testada com sucesso no Windows XP, Windows 7, Windows Vista, Windows Server 2003 e Windows Server 2008.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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