Preço não é o maior problema dos óculos de realidade virtual

Maioria das pessoas não tem interesse em VR porque não tem interesse

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana

Os headsets de realidade virtual ainda são caros: um Gear VR, por exemplo, custa R$ 799 e você ainda precisa de um Galaxy S ou Note para utilizá-lo. Mas o preço não é o único problema da tecnologia; na verdade, não é nem o maior problema. De acordo com um estudo publicado pelo eMarketer, a maioria das pessoas simplesmente… não está interessada em VR.

A lista de fatores pelos quais as pessoas não estão interessadas em realidade virtual mostra que o desinteresse pelo desinteresse (53%) fica acima do preço (43%). Quanto maior a idade, maior é o desinteresse: entre os jovens de 18 a 24 anos, 43% dizem não estar interessados e 65% dizem que é muito caro; já entre o grupo de 65 anos ou mais, 67% não estão interessados e 32% criticam o preço.

Os outros motivos para não comprar um headset de realidade virtual incluem receios de que o dispositivo cause enjoos (14%), falta de conteúdo (12%) e baixa qualidade do conteúdo (3%).

De fato, apesar dos investimentos, há poucos desenvolvedores criando aplicativos ou jogos para realidade virtual, em um círculo vicioso parecido com o de plataformas móveis falecidas: há pouco conteúdo porque há poucos usuários, e há poucos usuários porque há pouco conteúdo.

A Samsung conseguiu vender 5 milhões de Gear VR, mas tem praticamente empurrado o headset em bundles — e não diz quantos desses óculos, incluindo o meu, estão acumulando poeira na gaveta, sem uso algum. O Google vem apostando na tecnologia e chegou a criar uma plataforma de VR, batizada de Daydream, que estreou no Nougat, mas não houve forte adoção das fabricantes.

Será que VR é o novo 3D?

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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