É o fim da Vertu e seus celulares de R$ 1 milhão

Paulo Higa
Por
• Atualizado há 1 semana

A Vertu era uma fabricante britânica de celulares de luxo fundada originalmente pela Nokia em 1998. Ela vendia aparelhos nada surpreendentes tecnologicamente, mas que eram repletos de pedras preciosas (e tinham preços astronômicos). A estratégia não estava mais dando certo, e a empresa decidiu fechar as portas.

O celular mais recente da Vertu foi o Signature Cobra, anunciado em maio, que tinha uma cobra formada por 439 rubis e duas esmeraldas nos olhos. Ele não fazia nada muito além de ligações telefônicas e custava 2,47 milhões de yuans chineses (aproximadamente R$ 1,17 milhão). Quem fizesse a compra recebia o aparelho por helicóptero.

Desde 2012, a Vertu mudou de mãos duas vezes: ela foi vendida pela Nokia em outubro daquele ano para o fundo sueco EQT VI por um valor não divulgado; e em 2015 passou para a Godin Holdings, uma companhia de Hong Kong. Mesmo tendo chegado a 350 mil clientes em 2013 (pois é!), a Vertu estava com dívidas de 128 milhões de libras (R$ 530 milhões).

Para tentar tirar a companhia do buraco e pagar as dívidas, o atual proprietário Hakan Uzan buscou investidores e conseguiu levantar 1,9 milhão de libras (R$ 7,9 milhões), mas a proposta irrisória obviamente não foi aceita pelos credores. Por isso, a companhia será liquidada e os 200 funcionários da Vertu serão mandados embora.

Não é o fim definitivo, no entanto: Uzan vai manter os direitos sobre a marca, a tecnologia e as patentes da Vertu, e um dia ela pode retornar sob os cuidados de outra empresa. Ou não.

Com informações: BBC.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

Relacionados