Cabify tem programa de fidelidade para passageiros frequentes

Mais uma ideia para incentivar usuários do Cabify, que quer se expandir no Brasil — mas de maneira controlada

Paulo Higa
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• Atualizado há 5 dias

Seguindo os passos do Uber, o Cabify lançou um programa de fidelidade para beneficiar os usuários mais frequentes do serviço. Chamada de Purple Card, a novidade está disponível inicialmente no estado de São Paulo e oferece créditos para viagens todos os meses.

Existem três variações do Purple Card. O Purple Riders exige que o usuário faça pelo menos 35 corridas por mês e seja um avaliador secreto do Cabify para ajudar a melhorar o serviço. O Cabify informa ao Tecnoblog que os benefícios são de R$ 100 em créditos por mês, R$ 40 em créditos no mês do aniversário, além de parcerias para transporte oficial em shows e convites de parceiros a serem definidos.

Além disso, o Cabify está lançando programas para motoristas (Purple Drivers) e usuários corporativos (Purple Empresas). O primeiro oferece cashback em combustível, desconto na aquisição de veículos, oficinas e seguros, além de atendimento prioritário e ingressos para eventos. Já o Purple Empresas, que exige pelo menos 20 viagens por mês, dá descontos tanto na conta pessoal quanto na corporativa.

Os programas valem para as sete cidades onde o Cabify opera no estado de São Paulo: Campinas, Santos, São Vicente, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Santo André, além da capital. A empresa também oferece o serviço de transporte no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre, mas não informa quando o Purple Card será lançado nessas cidades.

Expansão, suporte e problemas

Algo que sinto com o Cabify, inclusive escutando colegas que também utilizam o serviço, é que o suporte da empresa é ineficiente quando há algum inconveniente com a corrida, particularmente com viagens que precisam ser canceladas por problemas com o motorista. O Uber, embora costume apresentar mais contratempos, é normalmente rápido para responder os usuários.

Conversei com o CTO global do Cabify, Samuel Lown, e ele está ciente do problema — mas diz que a empresa trabalha para melhorar seu suporte. “Estou otimista de que no futuro teremos um tempo de resposta muito melhor, porque estamos automatizando as coisas. Vamos ver quando o usuário disser que teve problema com a corrida, e fazer com que a decisão de suporte seja tomada automaticamente”.

E a expansão? Por enquanto, o Cabify opera em 12 cidades no Brasil e mesmo assim não cobre todas elas, a exemplo de São Paulo, onde não é possível solicitar uma viagem em bairros mais periféricos. Para a empresa, que afirma ter 150 mil motoristas cadastrados no país (ativos e na lista de espera), a questão é equilibrar oferta e demanda: se houver motoristas demais em determinada região, eles ficarão ociosos; se houver motoristas de menos, os usuários esperarão muito tempo até o carro chegar.

Lown me diz que o objetivo é expandir o Cabify de forma controlada: “Nós tentamos ser seletivos, ter bons controles de qualidade e pensar em qual é o tipo de serviço que queremos oferecer. […] Não somos tão obsessivos com relação à massificação dos nossos produtos, nós gostamos de construir coisas que vão ser boas e durar por um longo período”.

Por isso, embora não descarte nenhuma possibilidade, a empresa por enquanto não planeja lançar alguns serviços controversos do concorrente, como as corridas compartilhadas, já que elas “sacrificam o tempo [da viagem] por uma diferença muito pequena no preço”, e o pagamento em dinheiro, porque “se o motorista precisa ter dinheiro no carro, ele imediatamente se torna um alvo do crime”.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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