Foto por antana/Flickr

O governo chinês parece determinado a frear o avanço das criptomoedas. Depois de o Banco Popular da China proibir a oferta inicial de moedas (ICO, na sigla em inglês), o mercado convive agora com a possibilidade de as casas de câmbio de bitcoins e afins serem fechadas no país.

A proibição das ICOs — uma espécie de angariação de fundos junto a investidores para o financiamento de novas moedas digitais — foi suficiente para as cotações do Bitcoin e outras criptomoedas despencarem cerca de 20% no início da semana passada.

Nos dias seguintes, o Bitcoin dava todos os sinais de estar se recuperando, mas a nova ameaça voltou a deixar o mercado nervoso e, consequentemente, houve mais quedas. Nesta terça-feira (12), a moeda estava sendo cotada a aproximadamente US$ 4.250. No começo do mês, ela valia quase US$ 5.000.

É fácil entender o motivo. Três casas de câmbio chinesas — Bitfinex, OkCoin e BTCC — responderam juntas por mais de 45% das movimentações globais de moedas digitais apenas nos últimos 30 dias, de acordo com o Bitcoinity.org.

Mas isso pode acabar. Fontes próximas aos reguladores chineses revelaram ao Wall Street Journal que as autoridades já tomaram a decisão de proibir as operações de câmbio, embora não esteja claro se a medida será executada em breve ou nos próximos meses.

Não seria a primeira vez que os reguladores chineses tentam coibir o câmbio de criptomoedas, mas as fontes deram a entender que o assunto está sendo tratado com mais seriedade desta vez. O motivo da possível proibição, de acordo com uma das fontes, é a crença das autoridades chinesas de que há muita desordem nesse mercado, o que poderia prejudicar a moeda oficial do país.

Bitcoin - cotação

Um representante da OkCoin informou que a companhia ainda não recebeu nenhum comunicado oficial sobre a decisão, por esse motivo, a sua plataforma continua operando normalmente. Declarações parecidas foram dadas por outras casas de câmbio.

Se a decisão for confirmada, o mercado de moedas digitais deverá experimentar ainda mais flutuações. Mas, provavelmente, isso não significaria o fim do Bitcoin e outras criptomoedas na China: os reguladores não estariam considerando barrar as operações Over The Counter (OTC), uma espécie de mercado paralelo que envolve negociações diretas entre duas partes (razão pela qual é praticamente impossível bloquear esse de tipo de operação).

Operações OTC costumam oferecer alta liquidez, por outro lado, os riscos são maiores e os valores negociados costumam ser elevados. A ItBit, por exemplo, é uma empresa que fornece uma plataforma para esse tipo de operação, mas o valor mínimo a ser negociado ali é de 100 bitcoins, ou seja, cerca de US$ 425 mil.

Com informações: The Verge

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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