O iPhone X não tem leitor de digitais, e sim uma forma de reconhecimento facial chamada Face ID. A Apple disse no anúncio oficial que essa tecnologia é mais segura e funciona mesmo no escuro, mas ainda deixou algumas dúvidas.

Agora, a Apple criou uma página de suporte para o Face ID e publicou um documento técnico a respeito, para esclarecer alguns detalhes adicionais.

Para recapitular: o iPhone X basicamente possui um Kinect na parte frontal. (A PrimeSense, que ajudou a criar esse dispositivo com a Microsoft, foi adquirida pela Apple em 2013.) Um projetor coloca 30 mil pontos invisíveis no seu rosto, para evitar ser enganado por uma foto; enquanto um iluminador ajuda em situações de pouca luz. A câmera infravermelho captura a imagem e compara com os dados salvos no aparelho para liberar (ou não) o desbloqueio.

Em termos gerais, o Face ID funciona da mesma forma que o Touch ID: quando você cadastra seu rosto, o iPhone X salva apenas uma representação matemática parcial — mesmo que alguém consiga extrair esses dados, seria impossível fazer uma reconstrução completa. As imagens nunca saem do aparelho nem são enviadas para a nuvem. Além disso, há um elemento aleatório para dificultar o acesso.

O Face ID só desbloqueia o iPhone X quando detecta que seus olhos estão abertos. Após cinco tentativas incorretas, ele será desativado; é o motivo pelo qual a primeira demonstração pública, feita por Craig Federighi, não funcionou.

E para evitar que alguém desbloqueie o aparelho contra a sua vontade, você pode pressionar os botões de volume e liga/desliga ao mesmo tempo — isso desativa temporariamente o reconhecimento facial, e exige sua senha.

A Apple prometeu que o Face ID vai detectar mudanças no seu rosto ao longo do tempo, como barba ou óculos. O iPhone X faz isso cada vez que você faz login, atualizando seu modelo matemático.

E se ocorrer alguma mudança brusca, tal como uma cicatriz? Nesse caso, se o Face ID conseguir uma correspondência parcial, e se você inserir a senha correta imediatamente depois, ele vai usar a nova imagem do seu rosto para atualizar o modelo salvo no aparelho.

Isso nos leva ao problema do impostor. A Apple diz que a probabilidade de outra pessoa olhar para seu iPhone X e desbloqueá-lo é de aproximadamente 1 em 1.000.000 (contra 1 em 50.000 no Touch ID). No entanto, esse número é diferente para gêmeos, para irmãos que se parecem com você, e entre crianças menores de 13 anos, “porque talvez as diferenças das características faciais ainda não tenham se desenvolvido”. Nesses casos, a Apple recomenda usar uma senha para desbloqueio.

E por fim, uma boa notícia para desenvolvedores: caso seu aplicativo use o Touch ID, não é necessário atualizá-los para o Face ID — ele usa a mesma framework de autorização. No máximo, você precisará adicionar referências ao Face ID para o usuário.

O iPhone X será lançado em novembro e custará a partir de US$ 999.

Com informações: The Verge, TechCrunch, Mashable.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

Canal Exclusivo

Relacionados