Não existe privacidade total na internet, ainda mais se você tem um Android: uma investigação apontou que o Google está coletando dados de localização de usuários, mesmo quando o GPS é desativado manualmente e antes que qualquer aplicativo seja instalado no dispositivo.

O Quartz afirma que, no início de 2017, os smartphones com Android receberam uma atualização no serviço Firebase Cloud Messaging (responsável pelas notificações push) e passaram a coletar informações de antenas de celular próximas. Esses dados são enviados com frequência para os servidores do Google, o que permite à empresa obter a localização aproximada de um indivíduo por meio de triangulação.

A coleta de dados funciona mesmo se o aparelho for restaurado para as configurações de fábrica e tiver os serviços de localização desativados. Não é necessário nem mesmo colocar um chip de operadora; basta estar conectado a um Wi-Fi para que os dados sejam enviados para o Google. A localização é registrada sempre que o smartphone entra no alcance de uma nova antena de celular.

Há pelo menos dois problemas aqui (sem contar a falta de privacidade). Primeiro, não é possível desativar o envio das informações — o recurso deveria ser opcional. Segundo, a política de privacidade do Google até diz que a empresa pode coletar a localização dos usuários, mas não explicita que isso pode acontecer mesmo se o indivíduo ativamente desligou os serviços de localização do Android.

O Google confirmou ao Quartz que começou a coletar informações de antenas de celular para melhorar a velocidade e o desempenho do recebimento de notificações push no Android, mas que os dados nunca foram utilizados e nem armazenados. Por isso, o serviço Firebase Cloud Messaging receberá uma atualização até o final de novembro para interromper o envio das informações.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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