O Spotify nunca operou no azul e um processo judicial pode complicar ainda mais as contas da empresa: a Wixen Music Publishing, companhia que administra os direitos musicais de artistas como Neil Young, Tom Petty e Janis Joplin, acusa o serviço de reproduzir músicas sem licença e pede US$ 1,6 bilhão de indenização, além de medidas cautelares.

A ação judicial, apresentada ao tribunal federal da Califórnia em 29 de dezembro, afirma que o Spotify “ignora descaradamente a lei de direitos autorais dos Estados Unidos”. O processo sugere que 21% das 30 milhões de canções disponíveis atualmente no serviço não são devidamente licenciadas.

Mais de 50 mil músicas estão sob administração da Wixen. Além dos artistas já mencionados, a companhia administra os direitos de várias outras bandas e cantores, como The Doors, Zack De La Rocha e Tom Morello (do Rage Against the Machine), Weezer, The Beach Boys e David Cassidy. Por aí já dá para ter noção do tamanho da encrenca.

Mas não é o primeiro processo do tipo que o Spotify encara. Em maio do ano passado, a companhia ofereceu US$ 43 milhões para encerrar uma ação coletiva movida por compositores como David Lowery e Melissa Ferrick. Dois meses depois, outro processo apareceu, este movido por Bob Gaudio, vocalista do The Four Seasons. Todos têm a mesma acusação: violação de direitos.

Em seu processo, a Wixen coloca as tentativas de acordos do Spotify em ações judiciais anteriores como um reconhecimento indireto da empresa da prática de violação de direitos sobre músicas.

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Ainda não há pronunciamento oficial do Spotify sobre o assunto, mas sabe-se que a defesa da companhia reagiu questionando se a Wixen realmente foi autorizada por seus clientes para entrar com a ação, pois, antes de fazê-lo, a empresa deu a eles apenas um breve prazo para excluírem seus nomes do processo.

Fato é que o processo vem um momento em que os Estados Unidos discutem a criação da Lei de Modernização da Música, que visa simplificar o licenciamento digital de músicas criando, entre outras medidas, uma entidade para lidar apenas com isso. Mas muitos detentores de direitos estão convencidos de que a nova lei irá trazer mais benefícios para os serviços de streaming do que para eles.

Se aprovada, a Lei de Modernização da Música passará a ter efeito sobre processos judiciais apresentados a partir de 1º de janeiro de 2018, razão pela qual a Wixen correu para entrar com a ação no final de dezembro de 2017.

Com informações: VentureBeat, The Hollywood Reporter.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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