O Telegram, eterno rival do WhatsApp, planeja se expandir para além de um app de mensagens. A empresa russa está criando uma plataforma própria de blockchain, e planeja hospedar serviços descentralizados como armazenamento de arquivos e VPN.

Para tocar esse projeto, o Telegram vai arrecadar US$ 1,2 bilhão através de um ICO (oferta inicial de moedas) envolvendo uma nova criptomoeda chamada Gram. Ela será vendida publicamente a partir de março.

Alguns scammers prometem acesso antecipado à moeda, e estão desaparecendo com o dinheiro de quem acredita. Segundo o TechCrunch, o site Gramtoken.io — agora offline — dizia ter arrecadado mais de US$ 5 milhões.

Este é o resultado de uma combinação perigosa entre hype e informações legítimas. O Gramtoken.io copiou detalhes vazados sobre a Telegram Open Network (TON), incluindo o documento oficial sobre o projeto. Eles tinham até anúncio promovido no Facebook.

Another fake #facebook SCAM Ad for Telegram ICO $TON. There is NO ICO yet! You will lose your money! GRAMTOKEN.IO is fake! #crypto #altcoins #telegram #ico pic.twitter.com/OneIW9mp61

— TheBoyCrypto (@TheBoyCrypto) January 16, 2018

Pavel Durov, CEO do Telegram, diz que sua empresa não tem qualquer vínculo com o Gramtoken.io. Em dezembro, ele avisou no Twitter: “o Telegram publica seus anúncios oficiais apenas em telegram.org. Todo o resto é muito provavelmente um golpe”.

Enquanto isso, mais de 70 pessoas investiram US$ 30 mil em ether através do site Ton-gram.io. Ainda existem outros sites prometendo vender a criptomoeda do Telegram, incluindo Grampreico.com, Tgram.cc e Gramtoken.tech.

Por que a pressa em comprar o Gram? Segundo a Bloomberg, o Telegram vai vender a criptomoeda ainda este mês para grandes investidores, “com desconto de mais de 50% em relação ao preço inicial de venda”. Então, o ICO será feito em março para o público em geral.

Ou seja, há quem esteja interessado em comprar Gram devido a seu forte potencial de valorização, tal como aconteceu com o bitcoin e semelhantes. Claro, isso acaba resultando em pessoas caindo em golpes.

Com informações: TechCrunch.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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