A Microsoft não é uma empresa muito acostumada a sofrer prejuízos. Desde sua estreia na bolsa de valores em 1986, ela perdeu dinheiro apenas três vezes — e uma delas foi no final do ano passado.

Entre outubro e dezembro de 2017, a Microsoft sofreu um prejuízo líquido de US$ 6,3 bilhões. O motivo: uma despesa fiscal não-recorrente de US$ 13,8 bilhões.

O presidente Donald Trump aprovou uma lei que reduz os impostos sobre dinheiro vindo do exterior. A TCJA (Lei de Empregos e Redução de Impostos) coloca uma taxa única de 15,5% sobre o caixa mantido fora dos EUA (antes eram 35%). Empresas como a Apple também vão pagar caro para repatriar dinheiro.

Sem essa despesa fiscal, a Microsoft teria um lucro líquido de US$ 7,5 bilhões, aumento de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O faturamento cresceu 12% para US$ 28,9 bilhões, puxado pelos serviços de nuvem. O Microsoft Azure praticamente dobrou de tamanho em um ano.

O Windows teve desempenho fraco, assim como a linha Surface — que não foi atualizada no trimestre — enquanto a receita do Xbox cresceu 8% com o lançamento do console One X.

I like this chart by @cnbc …shows where the growth is for Microsoft and makes it clear-cut about where they are and should be investing. pic.twitter.com/DU1wCZawBB

— Brad Sams (@bdsams) February 1, 2018

O primeiro prejuízo da Microsoft foi em 2012, quando a empresa fez um ajuste contábil de US$ 6,2 bilhões. Isso está relacionado à aquisição da aQuantive, uma empresa de publicidade, para competir com o Google — a ideia não deu muito certo.

O segundo prejuízo foi em 2015. A Microsoft fez um ajuste contábil de US$ 8,4 bilhões relacionado à divisão de celulares, que foi adquirida da Nokia. Na época, ela reconheceu que as perspectivas de ganhar dinheiro com smartphone “estão abaixo das expectativas originais”. Os dois casos envolvem aquisições feitas pelo ex-CEO Steve Ballmer.

Com informações: Microsoft, Ars Technica.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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