Chineses com pontuação baixa não poderão viajar de avião ou trem a partir de maio

Sistema de crédito social chinês avalia o comportamento dos cidadãos e gera penalidades para quem tiver pontuação baixa

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 semana

Parece um episódio de Black Mirror, mas é vida real: a China está desenvolvendo um sistema de crédito social que avalia os cidadãos com base em seus comportamentos, inclusive considerando que tipos de produtos eles compram pela internet. O governo anunciou nesta sexta-feira (16) que, a partir de maio, quem tiver pontuações baixas será impedido de viajar de avião ou trem.

Como explica a BBC, a nota de um cidadão leva em conta se uma pessoa paga seus impostos em dia, se seus títulos acadêmicos são legítimos, entre outros dados. O sistema de crédito social também abre espaço para que empresas emitam suas pontuações. Oito companhias participam do projeto piloto, incluindo a Sesame Credit, do Alibaba, permitindo que as compras de um cidadão influenciem na plataforma.

Isso significa que uma pessoa que tenha multas em atraso ou um empregador que não pague a previdência social terá restrições de transporte semelhantes a quem espalhou informações falsas sobre terrorismo ou tentou utilizar passagens expiradas, por exemplo. É um sistema unificado, que pode gerar duras penalidades para quem não tiver uma boa pontuação.

Oficialmente, as restrições entram em vigor na China em 1º de maio. Ainda assim, a agência de notícias Reuters diz que há indícios de que o sistema de crédito social vem sendo utilizado pelo governo há bastante tempo: no começo de 2017, 6,15 milhões de chineses estavam proibidos de pegar voos por terem cometido “crimes sociais”.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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