Em uma competição cada vez mais acirrada com produtoras de filmes, a Netflix quer investir mais em produções próprias. Para este ano, o serviço destinará 85% de seu orçamento para séries, filmes e outros conteúdos originais.

A informação foi divulgada pelo diretor de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, no MoffettNathanson Media & Communications Summit. Com orçamento de cerca de US$ 8 bilhões, a empresa pretende terminar 2018 com algo em torno de mil títulos originais.

Segundo Sarandos, a plataforma deverá lançar 470 novas produções originais até dezembro. Desse total, serão 80 filmes variando de títulos de baixo orçamento até blockbusters com verbas de mais de US$ 100 milhões.

Para o diretor da Netflix, a estratégia tem duas justificativas principais: o cenário econômico mais favorável, que permite investimento um pouco maior; e o entendimento de que outras empresas terão seus próprios serviços de streaming em breve.

Uma dessas empresas é a Disney, que pretende oferecer uma nova plataforma de streaming no próximo ano. Para isso, vários títulos têm sido retirados do catálogo da Netflix e outros sequer aparecerão na plataforma.

Apesar da expectativa de um novo participante no mercado de streaming, Sarandos disse que não se surpreendeu com os planos da Disney. Na verdade, ele entende que o movimento da concorrente tem sido mais lento que o esperado. “Eu não sei o que os levou tanto tempo”, disse.

O foco em produções originais também é explicado a partir de dados de audiência da Netflix. Os filmes respondem por cerca de um terço de tudo o que é assistido na plataforma. Os filmes licenciados, no entanto, não têm uma contribuição tão expressiva nesse número.

Na visão da Netflix, os usuários não se sentem tão interessados em assistir a um filme que eles possivelmente já viram meses antes nos cinemas. “Nós dissemos, talvez possamos colocar os bilhões de dólares que colocaríamos em um acordo de produção em filmes originais”, explicou Sarandos.

A plataforma também analisa a possibilidade de investir mais em produções como Queer Eye, que não segue um roteiro fechado. Esses títulos são responsáveis por 40% da audiência da televisão americana, mas apenas 7% na Netflix.

A programação ao vivo de esportes e notícias, porém, não deverá ter espaço tão cedo na Netflix. Sarandos disse que a empresa só pensará em um grande acordo esportivo quando tiver um orçamento em torno de US$ 10 bilhões.

Com informações: Variety.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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