China vai investigar Samsung, Hynix e Micron por preços de memória RAM
Se você montou um desktop ou fez upgrade no seu computador nos últimos meses, pode ter se surpreendido com os preços elevados das memórias RAM. Pois saiba que o problema é generalizado, tanto que o governo chinês decidiu investigar as três maiores fabricantes do setor: Samsung, SK Hynix e Micron. Juntas, elas respondem por 96% da produção global de chips DRAM.
A Samsung lidera com 45% desse mercado. A SK Hynix tem 28% enquanto a Micron fica com 23%. De toda a produção, pelo menos 20% vai para a China, razão pela qual os preços dos chips afetam numerosos fabricantes do país. Daí a decisão do governo chinês de investigar se as três mencionadas companhias estão estabelecendo fixação de preços ou, de alguma forma, estruturando um oligopólio.
Apesar de o assunto estar vindo à tona agora, o governo da China vem investigando o mercado de memórias RAM desde o ano passado. As autoridades do país já pediram esclarecimentos às três companhias, mas, até agora, as explicações não têm sido muito convincentes.
De modo geral, as fabricantes afirmam que a demanda crescente por chips DRAM, especialmente para dispositivos móveis, é a principal responsável pela elevação dos preços. Os reguladores querem saber, no entanto, se e por qual razão essas empresas não se prepararam para aumentar a produção, visto que o aumento da demanda era previsível.
Aparentemente, a Coreia do Sul teme que a situação possa impactar nas boas relações comerciais que o país tem com a China atualmente. Representantes do governo sul-coreano estão na China para, entre outros assuntos, tratar da investigação: eles reforçam o argumento de que o aumento de preços é resultado de uma demanda tão alta que as fábricas não conseguem acompanhar. Neste ponto, vale destacar que, assim como a Samsung, a SK Hynix é sul-coreana.
Dada a complexidade do problema, os reguladores não dão detalhes sobre o assunto, mas uma fonte próxima ao governo chinês disse à Reuters que a “investigação começou para valer”, sinal de que um tom conciliador por parte da Coreia do Sul não é suficiente para convencer as autoridades.
Não importa o desfecho, a China não quer ficar dependente para sempre das companhias sul-coreanas. O país vem investindo pesado na construção de fábricas de chips DRAM e Flash NAND. O problema é que leva bastante tempo para essas unidades serem construídas e entrarem em operação. A produção em larga escala de cada planta pode demorar de quatro a cinco anos para começar.
Com informações: Reuters, ExtremeTech.