A Tesla não passa por uma boa fase. Há meses que a companhia vem tendo dificuldades para acelerar a fabricação do Model 3. Além disso, o sistema de direção semiautônoma Autopilot tem sido alvo de reclamações e até processos. Outro problema surgiu recentemente: a Tesla confirmou a demissão de um funcionário por roubo de segredos industriais.

O nome do agora ex-funcionário é Martin Tripp. Ele começou a trabalhar na Gigafactory — fábrica da Tesla localizada em Nevada, Estados Unidos — em outubro de 2017 como técnico de processos. Nessa função, ele tinha acesso a informações confidenciais relacionadas às baterias da empresa.

As investigações apontam que Tripp desejava ter um cargo mais elevado dentro da companhia. Aparentemente, ele passou a ter condutas inapropriadas com seus colegas em virtude disso, razão pela qual a Tesla decidiu, em maio deste ano, mudá-lo de função.

Em retaliação, Tripp começou a agir como um sabotador. O ex-funcionário admitiu ter escrito softwares que se infiltraram nos sistemas internos da Tesla e transferiram vários gigabytes de dados confidenciais para entidades externas, tudo sem autorização. Os dados incluem dezenas de fotos e um vídeo das operações da fábrica.

De acordo com a Tesla, os softwares exportavam dados da rede interna periodicamente para terceiros. Eles foram instalados em computadores de outros funcionários, assim, o envio de dados continuaria mesmo se Tripp saísse da empresa. Caso a atividade fosse descoberta, isso faria os outros empregados serem culpabilizados.

Gigafactory

Não foi só isso. A Tesla afirma que Tripp deu declarações falsas à imprensa a respeito da companhia, incluindo alegações de que algumas unidades do Model 3 saíram de fábrica com baterias perfuradas e que os processos de fabricação geravam muita sucata — supostamente, uma referência a uma publicação do Business Insider que diz que cerca de 40% da matéria-prima da produção precisa ser descartada ou reaproveitada.

O que acontece agora? Além de ter sido demitido, Martin Tripp encara um processo judicial. A Tesla exige na ação uma indenização de US$ 1 milhão. A companhia também pede que as autoridades inspecionem computadores, dispositivos de armazenamento, histórico de telefonemas, contas de email e outros serviços usados pelo ex-funcionário.

Elon Musk costuma se manifestar sobre muitas coisas que acontecem em suas empresas. Aqui não foi diferente. Como mostra o tweet acima, o empresário afirmou a um repórter do Ars Technica que há mais processos do tipo, mas também se mostrou otimista: ” as ações de algumas maçãs podres não impedirão a Tesla de alcançar os seus objetivos”.

Com informações: TechCrunch, Ars Technica, Motherboard.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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