Oi registra prejuízo e queda na receita, mas aposta em investimentos de 4G e fibra

Com reestruturação, dívida líquida atingiu R$ 10,021 bilhões, uma queda de 77,5% em relação ao ano anterior

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses

Um trimestre após reestruturar as dívidas, a Oi anunciou nesta segunda-feira (13) seus resultados financeiros. A operadora passou por uma recuperação judicial depois de acumular mais de R$ 65 bilhões em dívidas e apresentou queda na receita, mas parece ter encontrado o caminho para sair do vermelho.

A receita líquida de serviços recuou em 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado e 2,2% comparado com o trimestre anterior, com queda em todos os segmentos. A operadora diz que o declínio de receitas de clientes corporativos e residenciais foi suavizado em função da aceleração da atividade comercial, da boa performance das novas ofertas, tanto em serviços móveis e residenciais, além da melhoria na qualidade do serviço.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) reduziu em 3,4% comparado com o mesmo período no ano anterior e 0,6% em relação ao primeiro trimestre. Já a margem EBITDA de rotina apresentou leve melhora, crescendo 0,5 ponto percentual no ano e 0,4 no trimestre. A dívida líquida atingiu a cifra de R$ 10,021 bilhões, uma queda de 77,5% em relação ao ano anterior, graças à reestruturação que ocorreu no primeiro trimestre de 2018.

O ARPU (gasto médio por usuário) de clientes fixos foi de R$ 79,4, apresentando uma leve queda em relação aos R$ 80,8 do trimestre passado. No segmento, a empresa possui 15,413 milhões de unidades geradoras de receitas (usuários), 1,2% a menos do que o primeiro trimestre. Já o ARPU de clientes móveis foi de R$ 16,1, 4,3% superior ao mesmo período do ano anterior.

Operacional e investimentos

No segmento de mobilidade pessoal, a Oi possui 36,477 milhões de unidades geradoras de receitas, sendo que 29,443 milhões são clientes pré-pagos e 7,033 milhões são pós-pagos. A operadora afirma que a limitação de investimentos em 4G afeta principalmente o resultado dos planos pós-pagos, mas vem adotando a estratégia de ofertas com inclusão de conteúdo gratuito e maior experiência digital.

A Oi encerrou o segundo trimestre de 2018 com 3.407 municípios com cobertura 2G, 1.629 municípios com 3G e 834 municípios com 4G. Para potencializar investimentos e reduzir custos, a operadora aposta no compartilhamento da rede 4G com outras empresas, mas tem feito esforços para melhorar a cobertura e a capacidade de suas redes próprias, para permitir o aumento contínuo do tráfego de dados e melhorias nos indicadores de qualidade da Anatel.

Foto por crbertoldo/Pixabay

Quanto à rede fixa, a operadora investe atualmente na tecnologia VDSL, para entregar banda larga com velocidade de até 35 Mb/s, que impulsiona as vendas de alto valor e do Oi Total. A operadora também aposta no reuso de sua rede para expandir a fibra óptica e avançar na expansão do FTTH, tecnologia em que a empresa oferece banda larga de até 200 Mb/s e TV por assinatura via IP.

A operadora espera a injeção de capital em investimentos prevista no plano de recuperação judicial de R$ 4 bilhões para expandir os serviços de fibra. A Oi pretende ativar a rede em pelo menos 19 cidades até o final do ano, com cobertura de 1 milhão de residências home passed. A expansão da fibra será crucial para o refarming da frequência de 1.800 MHz em mais de 1,1 mil municípios, ativando a tecnologia 4.5G e preparando o terreno para o 5G.

Mudança no rating

Um dos maiores indicadores de que a recuperação judicial está dando certo é que a agência de risco Fitch revisou o rating de Probabilidade de Inadimplência do Emissor de longo prazo em moeda estrangeira e de longo prazo em moeda local de D para B-, bem como o Rating Nacional de D para BB-(bra).

A Oi aponta que “as revisões de rating refletem as melhorias no perfil financeiro da Oi após a conclusão de uma importante etapa do Plano de Recuperação Judicial, principalmente a grande redução da dívida da Companhia. A perspectiva estável reflete a expectativa da Fitch de que a empresa manterá níveis moderados de alavancagem, ao investir fortemente em melhorias e buscar recuperar participação de mercado”.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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