Udacity enxuga operação internacional e demite 50% no Brasil

A Udacity é uma plataforma online de educação a distância e deve pausar atividades no país; com dezenas de demissões no Brasil

Melissa Cruz Cossetti
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• Atualizado há 2 anos
Study / Steven Houston / Unsplash

A Udacity vai enxugar as operações fora dos Estados Unidos, o que inclui as suas atividades no Brasil, em português. A companhia de cursos a distância ficou famosa por popularizar os seus programas de nanodegree — credenciais reconhecidas pela indústria internacional em diversos assuntos nas áreas de tecnologia e negócios — de veículos autônomos à inteligência artificial, do data science ao marketing digital.

Atualização 10h04:

Na noite de terça-feira (28), o Venture Beat informou que a Udacity fecharia completamente seu escritório em São Paulo, resultando na demissão de 70 funcionários. Os cortes restantes que somam 125, seriam nos Estados Unidos.

Na manhã desta quarta-feira (29), porém, a empresa entrou em contato e disse que o número de demissões locais, neste momento, será menor. Foram cortadas 33 pessoas.

“A Udacity, conhecida como a Universidade do Vale do Silício, comunica que reduziu nesta quinta-feira, 29 de novembro, em 50% o número de funcionários no Brasil, mantendo 34 profissionais. Os cursos oferecidos em português serão comercializados até o dia 31 de dezembro de 2018″, informou a Udacity, em nota.

A empresa disse que vai operar com cursos em português só até a finalização das formações dos seus mais de 10 mil alunos ativos. O que deve ocorrer até os primeiros meses de 2019, dado que os cursos são de curta duração. Até lá, o escritório segue. Alguns funcionários já foram desligados dos seus cargos na atual restruturação.

“Nada muda para os estudantes. O escritório em São Paulo continuará atendendo os quase 10 mil alunos ativos no país”, afirmou Carlos Souza, diretor da Udacity Brasil.

O Tecnoblog apurou que, aos freelancers de conteúdo, a empresa pediu na terça-feira (28) que parassem a produção. No “Join Us” ainda há duas vagas para São Paulo.

Globalmente, a empresa “está no caminho certo” para terminar o ano com um crescimento de 25% na receita, argumentou um porta-voz ao veículo por e-mail.

Demissões na Udacity ocorrem desde agosto

A Udacity divulgou um plano de demissão de 125 funcionários a partir desta terça-feira (28) até o início de 2019, como parte de um esforço para reorganizar a empresa e redefinir sua estratégia global. A notícia de hoje ocorre após um plano de demissão de 5% dos funcionários — cerca de 25 pessoas em escritórios na Alemanha — em agosto.

“Em agosto, 5% de nossos funcionários globais foram demitidos com base em decisões de negócios estratégicas cuidadosamente consideradas”, disse um porta-voz ao TechCrunch, em um comunicado enviado por e-mail. “Estamos apoiando nossos funcionários antigos e atuais durante a transição. Nosso negócio continua a crescer, com escritórios na Índia, na China, na Alemanha, no Brasil, no Egito e nos Emirados Árabes Unidos, além do Vale do Silício. Continuamos a contratar para papéis-chave”, finalizou.

Na ocasião, a empresa não divulgou um número exato de funcionários no mundo, arredondando o total para cerca de 500. Com novos cortes, foi reduzida a 330 pessoas.

A empresa teve uma avaliação de US$ 1 bilhão em 2015 após uma rodada de investimentos de US$ 105 milhões para expandir operações e, desde então, abriu escritórios no Brasil, na China, no Egito, na Alemanha, na Índia e nos Emirados Árabes.

Os cursos oferecidos pelo grupo são construídos em parceria com empresas globais e gigantes de tecnologia e negócios, incluindo Google, Facebook, Amazon, IBM e Nvidia.

A Udacity afirma ter mais de 50 mil alunos matriculados em programas de nanodegree de seis a 12 meses. Eu mesma passei por alguns deles que foram bastante úteis.

A Udacity Brasil representa 20% dos alunos globais. Ou seja, 1 a cada 5 são brasileiros.

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Melissa Cruz Cossetti

Melissa Cruz Cossetti

Ex-editora

Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.

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