Uber terá de pagar salário mínimo para motoristas em Nova York

A regra imposta por Nova York vale não só para o Uber, mas também para serviços como Lyft, Via e Juno

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Aplicativo Uber

Os motoristas que atuam em serviços como Uber e Lyft em Nova York ganharam o direito de receber um salário mínimo. A decisão foi tomada pela Comissão de Táxis e Limusines (TLC, na sigla em inglês) da cidade, que se tornou a primeira a ter uma regra desse tipo.

Com a mudança, Uber, Lyft e outras plataformas deverão fazer pagamentos líquidos de US$ 17,22 por hora (ou US$ 26,51, sem descontos). O valor funcionará como um equivalente ao mínimo de US$ 15 por hora pago aos demais trabalhadores da cidade.

O pagamento será baseado em uma fórmula que considera a distância percorrida, o tempo de trabalho e a taxa de utilização, isto é, a porcentagem média de tempo que os motoristas da empresa realmente têm passageiros.

Por exemplo, uma corrida de 12 quilômetros realizada em 30 minutos por uma empresa com taxa de utilização de 58% faria o motorista receber um pagamento bruto de US$ 23. A fórmula também prevê um aumento quando os motoristas saírem de Nova York para compensar o retorno à cidade.

A medida deverá fazer o salário dos motoristas aumentar consideravelmente. Um estudo da TLC aponta que atualmente eles recebem cerca de US$ 11,90 por hora. De acordo com o fundador da Associação dos Motoristas Independentes, Jim Conigliaro, Jr., a regra beneficiará 80 mil famílias.

Esse é o número de motoristas que trabalham com Uber, Lyft, Via ou Juno. Para se ter uma ideia, Nova York tem pouco mais de 13,5 motoristas de táxis. Segundo a Reuters, analistas estimam que o Uber em si seria o maior empregador da cidade caso seus parceiros fossem trabalhadores formais.

“Todos os trabalhadores merecem a proteção de um salário justo com o qual se pode viver, e estamors orgulhosos de estabelecer a nova barreira para os direitos dos trabalhadores contratados nos Estados Unidos”, disse.

O presidente da TLC, Meera Joshi, afirmou em comunicado que a regra fará os rendimentos médios de motoristas de Uber, Lyft, Via e Juno aumentaram para US$ 10 mil por ano. Ele também exigiu que as empresas sejam mais transparentes sobre suas despesas.

Para o Uber, o estabelecimento de um salário mínimo causará aumento desnecessário no preço das corridas. “As regras da TLC não levam em conta os incentivos e bônus ao forçar as companhias a elevar as taxas ainda mais”, disse a empresa.

A Lyft, por sua vez, acredita que a medida representa um passo para trás. “As regras de pagamento propostas pelo TLC vão minar a concorrência, permitindo que certas empresas paguem salários mais baixos aos motoristas e os desestimulem a fazer corridas fora de Manhattan”.

A medida começa a valer a partir de 4 de janeiro de 2019.

Com informações: Washington Post, TechCrunch.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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