Black Mirror: Bandersnatch vai questionar a realidade em filme interativo

Netflix vai lançar Black Mirror: Bandersnatch nesta sexta-feira (28); trama gira em torno de um programador que, em 1984, precisa adaptar um livro em game

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 2 anos e 4 meses
Black Mirror: Bandersnatch

A própria Netflix avisa: não é um episódio, é um evento. Black Mirror: Bandersnatch, a sequência de um dos seriados mais inquietantes da atualidade, vai chegar na forma de filme. Mas não um filme qualquer. Rumores dão conta de que a novidade teve mais de cincos horas de gravações para que você possa escolher o que vai acontecer no decorrer da trama: trata-se de uma abordagem interativa.

O trailer liberado pela Netflix nesta quinta-feira (27) mostra um jovem programador com a missão de desenvolver um jogo de aventura nos anos 1980. O roteiro tem como base um livro chamado Bandersnatch. Em algum momento e por alguma razão, o protagonista da trama começa a questionar a realidade e a misturá-la com o mundo virtual.

Aparentemente, é esse ponto de convergência que dá abertura para a interação com o espectador. Isso não quer dizer que o filme terá cinco horas de duração. A produção supostamente conta com 312 minutos de gravações, mas é possível que a trama dure algo entre 1h30min e duas horas. Tudo vai depender das decisões que você tomar. Isso se a abordagem interativa se confirmar, é claro.

Bandersnatch é o nome de uma criatura mística que aparece em Alice Através do Espelho, livro de Lewis Carroll publicado pela primeira vez em 1871. No entanto, o enredo do filme possivelmente terá como base um jogo para plataformas como ZX Spectrum e Commodore 64 chamado Psyclapse & Bandersnatch que, se não fosse pela falência de sua produtora, a Imagine Software, teria sido lançado em 1984.

O plano da Imagine Software era lançar seis jogos especiais chamados Megagames. Apesar de serem referenciados como uma coisa só, Psyclapse & Bandersnatch eram títulos originalmente distintos, mas que faziam parte do projeto. A iniciativa era ousada. Como esses games ultrapassariam a capacidade dos computadores da época, a Imagine falava em lançá-los com hardware adicional.

Não deu certo. Bandersnatch até foi adaptado para plataformas como Amiga e Atari, mas só em 1986 e sob o nome Brataccas. O jogo foi lançado pela Psygnosis Limited, empresa formada por ex-membros da Imagine.

Além de a sinopse de Black Mirror: Bandersnatch ter alguma familiaridade com o projeto do jogo, há outro detalhe que reforça a ligação entre ambos: existe uma referência a Psyclapse e Bandersnatch no episódio Playtest (Versão de Testes) da terceira temporada de Black Mirror.

Todos esses detalhes só aumentam as expectativas com relação ao filme. E não termina aí: a direção de Black Mirror: Bandersnatch ficou sob responsabilidade de David Slade, cineasta que teve como primeiro grande trabalho o filme Hard Candy (no Brasil, Menina Má.Com), de 2005, e que dirigiu Metalhead, quinto episódio da quarta temporada de Black Mirror.

Não por acaso, o trailer de Black Mirror: Bandersnatch tem uma referência a esse capítulo:

Black Mirror: Bandersnatch

No elenco estão Fionn Whitehead (protagonista de Dunkirk), Will Poulter (aparece em filmes como Máquina de Guerra e O Regresso) e Asim Chaudhry (conhecido por sua participação no sitcom People Just Do Nothing, da BBC).

Felizmente, não vamos ter que esperar muito para descobrir o que Black Mirror: Bandersnatch nos reserva. O episódio, ou melhor, o “evento” vai ser liberado globalmente pela Netflix nesta sexta-feira (28).

Vale dizer ainda que, apesar da insinuação no início do post de que Black Mirror: Bandersnatch é uma sequência do seriado, há boas chances de estarmos falando apenas de uma produção especial, não de uma continuação. Provavelmente, a quinta temporada em si vai ser liberada só em 2019 e, de acordo com o BuzzFeed, terá um episódio ambientado no Brasil.

Com informações: Deadline, Vice, Revolvy.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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